| 10/06/2013 18:23
CATEGORIA(s): Judiciário, Manchetes, Notícias
Estudo do instituto, com base em dados do Conselho da Justiça Federal, conclui que a emenda constitucional promulgada semana passada não vai expandir o acesso das pessoas ao Judiciário nem tornar os julgamentos mais rápidos. Custo será de R$ 922 milhões
tribunais regionais federais não vai elevar a eficiência nos julgamentos nem de proporcionar o aumento do acesso à Justiça. Além disso, aponta que o custo será maior do que o previstoNa quinta-feira (6), o vice-presidente do Congresso, deputado André Vargas (PT-PR), promulgou a emenda constitucional 73 com novas cortes em Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Salvador (BA) e Manaus (AM).
No estudo, o Ipea usou como base dados do Conselho da Justiça Federal (CJF) disponíveis entre 2010 e 2011. Ao analisar uma série de itens, entenderam que os gastos resultantes da criação dos quatro novos TRFs não vão tornar a Justiça mais eficiente nem aumentar o acesso das pessoas. Também concluíram que outras possibilidades mais baratas, além do desmembramento, eram possíveis.
“Com base no conjunto de resultados apresentados nesta nota, fica evidente que a EC 73 não lograria atingir seus objetivos nem de elevar a eficiência jurisdicional nem de proporcionar a expansão do acesso à JF”, resumem os especialistas do Ipea. A nota técnica é assinada por Alexandre Samy de Castro, Bernardo Abreu de Medeiros e Alexandre dos Santos Cunha. O órgão é vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
Ao analisar os processos existentes nos atuis cinco tribunais, os especialistas entenderam que o desmembramento foi mal feito. Isso porque haveria “grandes disparidades” na carga de trabalho. O TRF 7, por exemplo, que ficará com Minas Gerais, teria 200 mil processos logo após a criação. Ja o TRF 9, que abrange Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima, contaria com apenas 27,5 mil. O TRF 6 – Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina- – nasceria “saudável”.
Porém, criaria um problema. “O TRF que o originou – o TRF 4 – passa a apresentar taxas de atendimento da demanda e congestionamento totalmente fora do padrão usual, porque a estrutura do tribunal fica incompatível com a carga de trabalho reduzida após a PEC”, dizem os especialistas.
Os gastos, de acordo com o Ipea, são estimados em R$ 878 milhões com base em dados de 2011, mais dos que os R$ 700 milhões previstos pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Com a atualização monetária, chega a R$ 922 milhões. Por isso, a nota técnica sugere manter a estrutura atual e realocar a carga de trabalho na segunda instância, o que não teria custo adicional. Ou então desmembrar sem a criação de vagas de magistrado. “Isto é, a provisão de magistrados nestes novos tribunais se daria única e exclusivamente a partir da remoção de magistrados dos tribunais pré- existentes.”
A nota técnica do Ipea
Tudo sobre os novos TRFs
FONTE: CONGRESSO EM FOCO
Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgado nesta segunda-feira (10) concluiu que a criação de quatro novos No estudo, o Ipea usou como base dados do Conselho da Justiça Federal (CJF) disponíveis entre 2010 e 2011. Ao analisar uma série de itens, entenderam que os gastos resultantes da criação dos quatro novos TRFs não vão tornar a Justiça mais eficiente nem aumentar o acesso das pessoas. Também concluíram que outras possibilidades mais baratas, além do desmembramento, eram possíveis.
“Com base no conjunto de resultados apresentados nesta nota, fica evidente que a EC 73 não lograria atingir seus objetivos nem de elevar a eficiência jurisdicional nem de proporcionar a expansão do acesso à JF”, resumem os especialistas do Ipea. A nota técnica é assinada por Alexandre Samy de Castro, Bernardo Abreu de Medeiros e Alexandre dos Santos Cunha. O órgão é vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.
Ao analisar os processos existentes nos atuis cinco tribunais, os especialistas entenderam que o desmembramento foi mal feito. Isso porque haveria “grandes disparidades” na carga de trabalho. O TRF 7, por exemplo, que ficará com Minas Gerais, teria 200 mil processos logo após a criação. Ja o TRF 9, que abrange Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima, contaria com apenas 27,5 mil. O TRF 6 – Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina- – nasceria “saudável”.
Porém, criaria um problema. “O TRF que o originou – o TRF 4 – passa a apresentar taxas de atendimento da demanda e congestionamento totalmente fora do padrão usual, porque a estrutura do tribunal fica incompatível com a carga de trabalho reduzida após a PEC”, dizem os especialistas.
Os gastos, de acordo com o Ipea, são estimados em R$ 878 milhões com base em dados de 2011, mais dos que os R$ 700 milhões previstos pela Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Com a atualização monetária, chega a R$ 922 milhões. Por isso, a nota técnica sugere manter a estrutura atual e realocar a carga de trabalho na segunda instância, o que não teria custo adicional. Ou então desmembrar sem a criação de vagas de magistrado. “Isto é, a provisão de magistrados nestes novos tribunais se daria única e exclusivamente a partir da remoção de magistrados dos tribunais pré- existentes.”
A nota técnica do Ipea
Tudo sobre os novos TRFs
FONTE: CONGRESSO EM FOCO
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