SE PARA O SINTEP EDUCAÇÃO DE QUALIDADE EXIGE MAIS INVESTIMENTO, PARA O SILVAL BARBOSA O QUE OS EDUCADORES E ALUNOS PRECISAM É DE PRISÃO E ESPACAMENTO
Protesto termina em confronto com policiais; estudantes e professores são detidos
Welington Sabino, repórter do GD
Policiais militares chamados para monitorar e "controlar" um manifesto na Praça Alencastro, em frente à prefeitura de Cuiabá, na noite desta sexta-feira (11) entraram em confronto, com estudantes, professores e membros de movimentos sociais e chegaram a disparar tiros com armas letais, sob risco de atingir manifestantes e até mesmo pessoas que nada tinham a ver com o tumulto. O protesto, organizado pelas redes sociais, seria para apoiar os professores que estão em greve há 2 meses.
Depois da confusão, os policiais ligados ao 1º Batalhão da Polícia Militar, sob comando do tenente Brito, levaram algemados, 2 estudantes e 2 professores para o Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) do Planalto. Os detidos por sua vez, ao falarem com uma equipe de reportagem do Cadeia Neles, da TV Record Cuiabá, afirmaram que os policiais “agiram com truculência, despreparo e prenderam pessoas sem necessidade", já que segundo eles, estavam "manifestando pacificamente”.
Eles colheram cápsulas de projéteis deflagrados e mostraram para comprovar que foram disparados tiros com munição letal no meio da multidão. As informações são de que o grupo de manifestantes não chegava a 50 pessoas.
Também acusaram os policiais de terem chegado ao local sem identificação e agido com excessos. Houve gritaria, confusão e xingamentos. Os vidros de um ônibus do transporte coletivo municipal que passava pela Avenida Getúlio Vargas foi apedrejado. Teria sido esse o motivo pelo qual a Polícia Militar foi chamada para intervir na situação. Todos envolvidos na confusão que foram ouvidos pela reportagem apontaram contradição em relação à versão dos policiais.
O professor da rede estadual de ensino, Gilliard Giovanni Hortêncio, 28, que também já participou de outros protestos, como os ocorridos em junho, em Várzea Grande, estava entre os detidos desta vez. Ele disse que tentou dialogar com um dos policiais, mas alega foi agredido e levado para o Cisc. Ele disse que os PMs não tinham identificação, começaram a atirar com munição letal no meio do povo. Sustentou, assim como os demais envolvidos no tumulto, que o manifesto era “pacífico” e que as prisões eram “arbitrárias mostrando o despreparo dos policiais”.
Quatro participantes do evento foram algemados e levados para o Cisc do Planalto. Parte do grupo também se dirigiu para o local e novamente houve clima de tensão com ânimos acirrados. Os policiais fizeram um cordão de isolamento impedindo que os manifestantes entrassem na delegacia. Dois advogados do Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sintep/MT) acompanharam o caso e foram para a delegacia. Os detidos foram liberados durante a madrugada após assinarem termo circustanciado (TCO) e vão responder em liberdade pelas acusações.
Fonte Gazeta Digital
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Por Professor Giliard Hortencio
Galera, fui preso violentamente pela polícia ontem (11/10/2013) depois de sair de uma manifestação de pais e alunos em solidariedade à greve dos professores de MT. Vou fazer um relato do que aconteceu, já que normalmente a imprensa prefere divulgar a versão da polícia.
A manifestação ocorreu tranquilamente durante praticamente todo o tempo e contava com o apoio da sociedade que lá passava. Porém, teve um momento de tensão que aconteceu quando um ônibus do outro lado em que eu estava acelerou e tentou atropelar as pessoas que estavam na faixa de pedestre (manifestantes e pedestres). Foi quando um rapaz não identificado, que provavelmente nem fazia parte do movimento, já que naquele momento também tinha pedestres atravessando a rua, passou correndo e bateu no ônibus. A manifestação continuou normalmente, até o fim, sem nenhum outro problema.
Ao término da manifestação, nos reunimos no coreto da Praça Alencastro para fazer uma avaliação do ato. Mas no meio da avaliação a polícia chegou acusando um estudante da UFMT de ter quebrado o vidro do ônibus. Como a prisão era injusta, as pessoas que ali se encontravam argumentaram com a polícia que a prisão era arbitraria, mas a policia não quis dialogar e tentou prender o estudante a força. Foi quando eu me coloquei entre o policial e o universitário tentando explicar para os policiais que eles estavam cometendo um engano. Neste momento, o policial me agarrou disparou três tiros e me jogou no chão e ainda apontou a arma para minha cabeça. Outro colega professor tentou me ajudar e acabou sendo preso junto comigo e o outro estudante. É fácil verificar a truculência da polícia vendo as fotos do estado que eu fiquei.
Por Lucas Pirlares
" Qual é o motivo de eu estar com essas pulseiras de ferro? Quando recebi voz de prisão não reagi, não fiz menção de fugir e não representava nenhum risco para a segurança dos policiais. Então porque eu fui algemado e levado no guarda presos, sendo que já havia concordado em acompanhar os PM's, desde que fosse em carro próprio, já que não representava nenhum risco, o que é um direito meu? Porque fui eu o escolhido para ser preso e algemado? Ainda não sei se foi por causa de minha cor, de minha opinião política, ou do meu visual, mas, tenho poucas dúvidas de que foi em razão de todas as anteriores. Fui chamado de vagabundo. Fui jogado em uma cela fétida. Estive com um par de algemas apertadas em meus pulsos e sendo jogado de um lado para outro dentro de uma viatura, que é, na verdade, o navio negreiro de nosso tempo. O que posso dizer sobre isso? O que posso dizer é que ninguém está seguro, ninguém está livre de ser levado pela repressão, de ser fuzilado em praça pública, pois a ditadura nunca acabou de fato. A ditadura está aí, espancando manifestantes, prendendo e agredindo professores, e acusando estudante inocente. O que você vai fazer a respeito disso? Vai se unir à luta das ruas ou ficar na segurança de seu lar esperando por um dia, já velho e inválido estar disposto a dar todos os seus dias a partir de hoje por uma oportunidade, só uma oportunidade de ter mostrado para nossos inimigos que eles podem tirar as nossas vidas mas jamais poderão tirar nossa liberdade?
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" Qual é o motivo de eu estar com essas pulseiras de ferro? Quando recebi voz de prisão não reagi, não fiz menção de fugir e não representava nenhum risco para a segurança dos policiais. Então porque eu fui algemado e levado no guarda presos, sendo que já havia concordado em acompanhar os PM's, desde que fosse em carro próprio, já que não representava nenhum risco, o que é um direito meu? Porque fui eu o escolhido para ser preso e algemado? Ainda não sei se foi por causa de minha cor, de minha opinião política, ou do meu visual, mas, tenho poucas dúvidas de que foi em razão de todas as anteriores. Fui chamado de vagabundo. Fui jogado em uma cela fétida. Estive com um par de algemas apertadas em meus pulsos e sendo jogado de um lado para outro dentro de uma viatura, que é, na verdade, o navio negreiro de nosso tempo. O que posso dizer sobre isso? O que posso dizer é que ninguém está seguro, ninguém está livre de ser levado pela repressão, de ser fuzilado em praça pública, pois a ditadura nunca acabou de fato. A ditadura está aí, espancando manifestantes, prendendo e agredindo professores, e acusando estudante inocente. O que você vai fazer a respeito disso? Vai se unir à luta das ruas ou ficar na segurança de seu lar esperando por um dia, já velho e inválido estar disposto a dar todos os seus dias a partir de hoje por uma oportunidade, só uma oportunidade de ter mostrado para nossos inimigos que eles podem tirar as nossas vidas mas jamais poderão tirar nossa liberdade?
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