domingo, 12 de maio de 2013

Três mulheres desaparecidas há anos reencontram famílias nos EUA

Foram gritos vindos de uma casa que acabaram com mais de uma década de pesadelo. As três jovens eram mantidas reféns em uma casa da cidade de Cleveland, em Ohio.

 
 
 

Três mulheres jovens, que passaram dez anos longe das famílias, foram libertadas nesta terça-feira (7), nos Estados Unidos. Elas eram mantidas reféns em uma casa da cidade de Cleveland, em Ohio.
No bairro onde vivem muitos latinos, Ariel Castro, de 52 anos, manteve as três mulheres reféns, o dia foi muito movimentado. Os policiais do FBI retiraram da casa objetos, uma porta e instrumentos musicais, já que Ariel tocava em uma banda.
A investigação sobre o caso está longe de terminar. No local, uma casa é bem próxima à outra. A polícia quer saber como as vítimas ficaram tanto tempo sem que ninguém notasse e porque não pediram ajuda antes.
O desaparecimento de duas delas foi notícia durante muito tempo. E o mais impressionante: o acusado conhecia a famílias de uma das vítimas. E chegou a participar de uma vigília pelo desaparecimento dela. O Jornal Nacional conversou com vizinhos, que disseram que nunca suspeitaram de nada.

Foram gritos vindos de uma casa que acabaram com mais de uma década de pesadelo. Um vizinho ouviu o desespero de uma mulher e ajudou a quebrar a porta.
"Quando ela falou que o sobrenome era Berry e me pediu ajuda, me deu aquele estalo", contou Charles Ramsey, o vizinho que ajudou a salvar as reféns.

Segundo Ramsey, Amanda Berry afirmou que a menina de 6 anos que carregava nos braços era filha dela e do homem que a estuprou em cativeiro por todos esses anos.
Depois que fugiu, Amanda ligou para o serviço de emergência. E disse que precisava de um policial. Que estava desaparecida há dez anos e que estava livre.
Amanda Berry: Ajude-me, eu sou Amanda Berry.
Resgate: Você precisa da polícia, de um bombeiro ou de ambulância?
Amanda Berry: Eu preciso da polícia.
Resgate: Ok. O que está acontecendo?
Amanda: Eu fui sequestrada. Eu estou desaparecida há dez anos e eu estou aqui.
Eu estou livre agora.

Quando a polícia chegou à casa, encontrou outras duas mulheres presas. Michele Knight, desaparecida desde 2002 e Gina de Jesus, vista pela última vez em 2004.
O dono da casa, Ariel Castro, de 52 anos, foi preso. O vizinho que mora em frente ao local conta que nunca desconfiou e que nunca viu as mulheres lá.
Outro diz que está chocado, que via sempre Ariel passando na rua. "Ele parecia um cara divertido, uma pessoa normal", afirma.

A rua onde as três mulheres ficaram durante todo esse tempo nesta terça-feira foi tomada por carros da imprensa e por jornalistas. Uma rua de um bairro de classe média baixa, que fica a cerca de 4 quilômetros do centro de Cleveland. A casa é branca, tem uma bandeira na porta.
Desde segunda-feira, a polícia cerca o local. E a população se pergunta: onde estavam os policiais durante todo esse tempo? A polícia diz que nunca abandonou as buscas.
O vizinho que mora no bairro há 30 anos discorda: "A polícia investigou no começo, depois esqueceu o caso. Foram as famílias das vítimas que nunca desistiram de procurar".
Além de Ariel, dois irmãos dele, Pedro e Onil Castro, que não moram na mesma casa, foram presos por suspeita de envolvimento nos sequestros. Ninguém ainda foi indiciado formalmente.
O tio dos três homens, que é dono de um mercado na esquina, conta que veio de Porto Rico com a família há quase 60 anos. "Estou surpreso com tudo isso. Nós somos de uma família boa, de gente trabalhadora", comentou.
As três mulheres e a criança foram levadas a um hospital para exames. E foi lá que Amanda,
sorridente, encontrou a irmã. Do lado de fora, amigos e parentes comemoraram.

FONTE: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário