quinta-feira, 29 de maio de 2014

Paulo Prado diz que procuradora do MPF foi "amadora"

Procurador-geral de Justiça falou sobre planilha com 47 nomes de promotores e procuradores

Tony Ribeiro/MidiaNews


O procurador-geral de Justiça, Paulo Prado, que criticou o MPF
DA REDAÇÃO
O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, Paulo Prado, criticou, no jornal "O Estado de S.Paulo", o fato da procuradora da República Vanessa Scarmagnani ter incluído, em denúncia contra alvos da Operação Ararath, a lista com os nomes de 47 promotores e procuradores do Ministério Público Estadual (MPE).

“A procuradora (Vanessa Cristhina Marconi Zago Ribeiro Scarmagnani) não consegue comprovar sua suposição. É uma pessoa que não investigou, não teve a cautela de saber a origem desse dinheiro”, afirmou ao jornal.

“Ela enlameou 47 pessoas com mais de 30 anos de profissão, são 47 nomes, todos do Ministério Público. Estou indignado com o amadorismo dessa procuradora. Somos promotores e procuradores honrados, mas que da noite para o dia viraram bandidos e corruptos.”

Ao repórter Fausto Macedo, o chefe do MPE disse que teve "gente que foi parar no hospital" por causa da divulgação da lista.

"Eu não me nego a nada, eu não tenho medo de nada. Manda levantar a minha vida e de todos esses homens e mulheres citados nessa lista. Tem gente aí que foi parar no hospital. Claro, ser taxado de corrupto!", disse.

Confira a íntegra da reportagem do "Estadão":


Operação Ararath vê ‘supostos pagamentos’ a promotores de Justiça de MT
Polícia Federal apreendeu planilha com 47 nomes de promotores e procuradores
FAUSTO MACEDO
O ESTADO DE S.PAULO


A Operação Ararath, da Polícia Federal, encontrou uma planilha de “supostos pagamentos a membros do Ministério Público do Estado de Mato Grosso”. A informação consta de manifestação da Procuradoria da República.

O documento foi apreendido na residência de um dos principais alvos da investigação, Éder de Moraes, ex-secretário da Fazenda do governo Blairo Maggi (PR/MT), atualmente senador.
"Ela enlameou 47 pessoas com mais de 30 anos de profissão, são 47 nomes, todos do Ministério Público. Estou indignado com o amadorismo dessa procuradora. Somos promotores e procuradores honrados, mas que da noite para o dia viraram bandidos e corruptos"

Moraes é apontado como operador de instituição financeira clandestina que movimentou cerca de R$ 100 milhões supostamente oriundos de desvios de recursos públicos para financiamento de campanhas eleitorais em Mato Grosso.

A planilha citada pela Procuradoria da República tem 47 nomes de promotores e procuradores do Ministério Público do Estado de Mato Grosso.

Entre os nomes citados está o procurador-geral de Mato Grosso, Paulo Roberto Jorge do Prado, que ocupa pela terceira vez o comando da instituição. Ao lado do nome dele aparece a quantia de R$ 516,7 mil.

“A planilha (sobre supostos pagamentos a promotores de Justiça) foi encontrada no mesmo local e circunstância da apreensão dos documentos que sugerem pagamento de propina a autoridades do Poder Executivo e Legislativo do Estado de Mato Grosso (notas promissórias, cheques, lista contábil de pagamento, operações bancárias, anotações de depósitos”, destacou a Procuradoria da República em manifestação datada de 25 de abril.

Nessa manifestação a procuradora da República Vanessa Cristhina Marconi Zago Ribeiro Scarmagnani acolhe pedido da PF para decretação da prisão preventiva de Éder de Moraes. A investigação revela que Moraes agia em parceria com Gércio Marcelino Mendonça Júnior, delator do esquema.

Segundo a procuradora, contra o alvo da Ararath existe “um robusto acervo probatório que corrobora a prática dos crimes de operacionalização de instituição financeira clandestina, gestão fraudulenta de instituição financeira e lavagem de dinheiro”.

A prisão de Moraes foi autorizada pela Justiça Federal na deflagração da Operação Ararath, há duas semanas.
A procuradora Vanessa Scarmagnan, criticada por Paulo Prado

A PF aponta “indícios de que as operações fraudulentas (empréstimos e movimentações de contas), em razão dos valores envolvidos, e detalhes das transações, foram praticadas, ainda, com o conhecimento e no interesse de Blairo Borges Maggi, ex-governador do Estado e atual senador da República), em nome de quem Éder de Moraes supostamente operava”.

O pedido da PF foi subscrito pelos delegados Wilson Rodrigues de Souza Filho e Guilherme Augusto Torres Campos Nunes. Eles integram a Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos, braço da PF que combate o crime organizado.

A PF assinala que as operações financeiras sob suspeita “ocorreram, também, com conhecimento e autorização de Silval da Cunha Barbosa, atualmente governador do Estado de Mato Grosso”.

O senador e o governador negam envolvimento com a organização desmontada pela Operação Ararath.

À página 103 de sua manifestação de 133 páginas, a procuradora da República Vanessa Cristhina Marconi Zago Ribeiro Scarmagnani descreve um capítulo emblemático da Operação Ararath.

Ela intitulou assim o trecho de sua manifestação: “Da falsa colaboração feita por Éder de Moraes e da atípica intromissão de membros do Ministério Público do Estado de Mato Grosso na presente investigação.”

“Por ocasião de uma das representações formulada, foi levado ao conhecimento de vossa excelência que o investigado Éder de Moraes, valendo-se de influência no seio de diferentes instituições estatais, por meio de canais institucionais e de inteligência (via Ministério Público Estadual) tentou se passar por ‘colaborador’ prevendo que as investigações chegariam a sua pessoa, provavelmente a partir da intimação de sua esposa para ser ouvida (à época na condição de testemunha)”, destaca a procuradora.

A procuradora observa que a interceptação telefônica, judicialmente autorizada, confirmou que Éder de Moraes “continuou e continua no afã de causar embaraços e influenciar o curso normal das investigações, se valendo, mais uma vez, de um membro do Ministério Público EstaduaL, integrante do GAECO, o promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes, com quem aparenta ter elevado grau de proximidade”.

A PF constatou que no dia da busca na residência de Éder de Moraes ele telefonou para o promotor e informou sobre a missão policial.

Sobre a planilha de nomes e valores encontrada na casa de Éder de Moraes, a procuradora da República anotou. “Não é possível afirmar se efetivamente ocorreu o pagamento, do que se trata, sua origem e licitude. Apenas que ao procurador de Justiça Paulo Roberto Jorge do Prado é apontada a quantia de R$ 516.778,92, e ao promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes a quantia de R$ 59.700,54.”

Com a palavra, Paulo Prado


Há 25 anos no Ministério Público do Mato Grosso, Paulo Roberto Jorge do Prado ocupa pela terceira vez a cadeira de procurador-geral de Justiça do Estado.

Ele falou à reportagem do Estado sobre a Operação Ararath. “Estou muito indignado, todos no Ministério Público estamos indignados porque fomos enlameados”, declarou o chefe do Ministério Público do Mato Grosso.

“A procuradora (Vanessa Cristhina Marconi Zago Ribeiro Scarmagnani) não consegue comprovar sua suposição. É uma pessoa que não investigou, não teve a cautela de saber a origem desse dinheiro”, afirma Jorge do Prado.
"Eu não me nego a nada, eu não tenho medo de nada. Manda levantar a minha vida e de todos esses homens e mulheres citados nessa lista. Tem gente aí que foi parar no hospital. Claro, ser taxado de corrupto!"

“Ela enlameou 47 pessoas com mais de 30 anos de profissão, são 47 nomes, todos do Ministério Público. Estou indignado com o amadorismo dessa procuradora. Somos promotores e procuradores honrados, mas que da noite para o dia viraram bandidos e corruptos.”

Segundo o procurador-geral, os valores que constam da planilha apreendida pela Operação Ararath na residência do ex-secretário da Fazenda do governo Blairo Maggi são relativos a créditos trabalhistas dos promotores e procuradores de Justiça.

“O problema é que o Estado não consegue pagar os direitos trabalhistas, no caso, dos promotores e procuradores. Aí o Estado sugere expedir cartas de crédito idôneas para honrar esse compromisso. O Ministério Público negociou com deságio de 25%. Alguns colegas não quiseram abrir mão de anos e anos de trabalho. Outros aceitaram deságio de 25% e em 12 parcelas fixas. Isso é crime?”.

O procurador-geral de Justiça do Mato Grosso informou que o promotor Marcos Regenold pediu afastamento do cargo para preparar sua defesa.

“Eu deferi o pedido. O promotor Marcos é um profissional com mais de 10 anos de carreira, inúmeras vezes convocado pelo Conselho Nacional do Ministério Público para dar suporte a corregedores nacionais. Agora, vai produzir as provas que entende necessárias para se defender.”

Jorge do Prado destaca que o valor que aparece ao lado de seu nome na planilha apreendida pela Operação Ararath (R$ 516,7 mil) é relativo a férias e licença prêmio não tiradas a seu devido tempo e acumuladas.

“É um direito meu, férias e licença prêmio que não desfrutei ao longo da carreira. O Estado não tem como pagar. O Estado vai e negocia através de carta de crédito. Eu não tenho nada a esconder na minha vida. Tenho 51 anos de idade, 3 filhos. Ela (procuradora da República) jogou lama no meu nome e de tantos colegas meus.”

“É um direito devido e não pago, o dinheiro tem origem, tem lastro”, afirma Jorge do Prado.

“Eu não me nego a nada, eu não tenho medo de nada. Manda levantar a minha vida e de todos esses homens e mulheres citados nessa lista. Tem gente aí que foi parar no hospital. Claro, ser taxado de corrupto!”

Sobre o fato de a planilha ter sido apreendida na residência de Éder de Moraes, o procurador-geral lembrou que o alvo da Operação Ararath foi secretário da Fazenda do Estado. “A relação tem nomes de muitos servidores dos outros poderes, não são apenas nomes de promotores e procuradores de Justiça.”

Jorge do Prado esclareceu que a Portaria cotada pelo Ministério Público Federal mostra que ele e seus pares têm independência.

“Não posso investigar autoridades com prerrogativa de foro perante os tribunais superiores em matéria criminal, mas na área civil por improbidade eu posso e, por isso, baixei a portaria designando 9 promotores para conduzirem a investigação. Isso mostra a nossa independência. Eu designei 9 promotores linha dura para que eles destrinchassem tudo a respeito dos fatos.”

A Operação Ararath começou a ser investigada pelo Ministério Público Estadual, informou o procurador-geral de Justiça. “Se eu quisesse proteger alguém eu pegaria tudo isso colocaria numa gaveta, deixaria adormecer e não iria designar 9 promotores. É insano pensar que eu pudesse fazer algo assim.”
Fonte Midia News

Cinco partidos declaram apoio à pré-candidatura de Taques

O prefeito Mauro Mendes, que esteve presente ao anúncio de adesão
RAFAEL COSTA
DO FOLHAMAX    

Anúncio ocorreu nesta quinta-feira, em Cuiabá, durante ato com prefeito Mauro Mendes

Cinco partidos anunciaram na tarde desta quinta-feira (29) apoio a pré-candidatura do senador Pedro Taques (PDT) ao governo do Estado. Trata-se do PV, PRB, PRP, PSC e PSDC, que contou com a presença de todos seus representantes.

O anúncio ocorreu no escritório político do vereador Lilo Pinheiro (PRP). O parlamentar, que é presidente do diretório estadual e presidente da juventude nacional do partido, afirmou que o partido segue a orientação nacional ao aliar-se ao PDT em Mato Grosso.

Taques não marcou presença no anúncio do apoio das legendas. Conforme sua assessoria de imprensa, ele estava em Brasília em um compromisso inadiável, mas estará presente na sexta-feira (30) durante a inauguração da nova sede do diretório estadual do PDT.

“Nacionalmente, o PRP decidiu apoiar a candidatura do Eduardo Campos (PSB) a presidência da República. Por isso, aceitamos convite do prefeito Mauro Mendes para agregar esse apoio ao Pedro Taques que consideramos ser uma renovação do cenário político de Mato Grosso”, disse.

O presidente do diretório estadual do PSC, Victório Galli, afirmou que o partido aposta em um novo modelo de gestão para Mato Grosso. “O senador Pedro Taques é uma opção confiável ao eleitor de Mato Grosso, conforme avaliado nas pesquisas, e estamos otimistas de construir um Estado mais justo socialmente”, afirma.

PR
O presidente do diretório estadual do PSB, prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, anunciou que ainda vai manter diálogos em busca do apoio do PR.

“O PR é um partido, e portanto, representa parte da sociedade. Nós vamos continuar dialogando porque entendo ser uma legenda importante para somar ao nosso projeto político”, garantiu.

Mendes ainda sinalizou que acredita também no apoio do PP diante das declarações das lideranças políticas da legenda em ter simpatia pelo projeto a ser encabeçado pelo PDT.

Em relação à escolha de vice-governador anteriormente programada para a segunda-feira (26), Mendes ressaltou que não há data definida e acredita somente numa definição de última hora.

“As conversas prosseguirão até o último instante e a definição deve sair mesmo um dia antes da data limite para as convenções partidárias que é 30 de junho”.

Anúncio ocorreu nesta quinta-feira, em Cuiabá, durante ato com prefeito Mauro Mendes

 Fonte Midia nwes

Com revogação de prisão pelo STF, liberdade de Eder Moraes é barrada por mandado da Justiça Federal

Foto: Reprodução
Com revogação de prisão pelo STF, liberdade de Eder Moraes é barrada por mandado da Justiça Federal
 O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, acaba de proferir decisão concedendo a revogação da prisão preventiva do ex-secretário de Estado Eder de Moraes Dias. Ele é um dos principais acusados de integrar um esquema milionário, envolvendo o mais alto escalão político e empresarial do Estado de Mato Grosso. O esquema foi desbaratado pela Polícia Federal (PF), que deflagrou a Operação Ararath.

Eder está preso desde a terça-feira (20) da semana passada em uma cela do Centro de Detenção Provisória de Brasília (DF). No site do Supremo é possível ver um novo andamento processual, que confirma a ciência da decisão ao advogado Fábio Helene Lessa, filho do desembargador aposentado Paulo Lessa, que patrocina a defesa do ex-secretário de Estado, juntamente com o advogado José Eduardo Alckmin. O processo corre sobre segredo de Justiça.

Réus e investigados na Ararath têm bens bloqueados pela Justiça Federal de Mato Grosso

A defesa de Eder Moraes confirmou a existência de um outro mandado de prisão, mas está confiante que a decisão do ministro abarque o outro processo, que são do mesmo assunto e por isso estariam vinculados. A expectativa da defesa é que o alvará de soltura seja expedido na sexta-feira (30) e coloque o ex-secretário em liberdade.

Assim como quando deferiu por revogar a prisão do deputado José Riva (PSD), o ministro Dias Toffoli determinou que Eder Moraes está proibido de deixar o país pelo período de três meses. Ele também teve de entregar seu passaporte as autoridades e ainda está impedido de manter contatos com os investigados pela operação Ararath.

Para conseguir revogar a prisão de Eder Moraes, entre outros argumentos, foi alegado que o réu não apresenta risco as investigações, uma vez que sempre colaborou com a Justiça quando requisitado.

Processo na Justiça Federal

Também é possível observar o andamento processual no STF sobre a interposição de um agravo regimental, que é utilizado para questionar decisões internas dos Tribunais. Tudo indica que o recurso questiona o impedimento de Eder em deixar o cárcere pelo fato de existir o  mandado de prisão expedido pelo juiz da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider.

Scheineider acatou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e tornou Eder Moraes réu pelo crime de lavagem de dinheiro. Conforme a denúncia assinada pela procuradora Vanessa Scarmagnani Zago, o ex-secretário incorreu por 14 vezes na prática de operação de instituição financeira, sem autorização ou mediante autorização obtida com declaração falsa, inclusive com distribuição de valores imobiliários ou de câmbio; ele também é acusado, nove vezes, pela prática do delito de ocultar, ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal.
Da Redação - Katiana PereiraAtualizada às 18H04
 Fonte Olhar Direto

domingo, 25 de maio de 2014

PRF interdita BR 163 em Lucas para transporte de rotor para usina hidrelétrica

Em 25 de maio de 2014 as 09h24

Peça que tem 6 metros de altura e 9 metros de diâmetro tem chamado a atenção por onde passa. Veículo roda a velocidade máxima de 15 km/h
Fonte: ExpressoMT
 
Crédito: Reprodução

A Polícia Rodoviária Federal interditou o trecho entre Lucas do Rio Verde e o Posto São Cristóvão na manhã desse domingo, em razão do transporte do primeiro rotor que está sendo levado para a Usina Hidrelétrica (UHE) Teles Pires, localizada no município de Paranaíta, na fronteira com o Pará. Ontem a peça passou por Nova Mutum, onde chamou a atenção da população local.

O interesse em ver o equipamento é compreensível. A peça pesa aproximadamente 270 toneladas, tem cerca de 6 metros de altura e 9 metros de diâmetro. O comboio tem recebido a escolta de policiais rodoviários desde a sua chegada a Mato Grosso. Até fim do ano outros quatro rotores serão enviados para o estado.
 
O caminhão que transporta a peça gigante anda em velocidade média de 15 km/h, faz paradas obrigatórias a cada 30 km percorridos. A peça saiu de uma fábrica em Taubaté-SP em janeiro, foi até o porto de Santos, seguiu pelo mar até o porto de Montevidéu, no Uruguai, para depois embarcar em uma balsa pela Hidrovia Paraguai-Paraná até Cáceres. 

De acordo com a PRF, a turbina saiu do São Cristóvão por volta de 8 horas da manhã e a previsão de chegada em Lucas é por volta de 11:30. No município, será feita avaliação do trecho seguinte a ser percorrido. Somente depois disso é que ela deverá ser rumo ao extremo norte do Estado.


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Empresa que levou mais de R$ 300 milhões é alvo da PF

Trimec Construções e Terraplenagem foi alvo de busca e apreensão e é investigada

Divulgação
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O governador Silval Barbosa, que foi alvo de busca e apreensão da PF
RODRIGO VARGAS E THIAGO GUIMARÃES
DA FOLHA DE SÃO PAULO E AGÊNCIA FOLHA
Uma empreiteira que recebeu mais de R$ 300 milhões do governo de Mato Grosso desde 2007 é um dos principais alvos da operação Ararath, da Polícia Federal.

A operação, que teve a quinta fase deflagrada nesta semana, investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos com braços em todos os Poderes de MT.

A Trimec Construções e Terraplenagem, do empresário Wanderley Torres, recebeu cerca de R$ 310 milhões do governo desde 2007, nas gestões Blairo Maggi (2003-2010), atual senador pelo PR, e Silval Barbosa (PMDB).

Todos são investigados na operação. Na última terça (20), a PF fez buscas na casa do governador e chegou a prendê-lo por posse ilegal de arma - ele pagou R$ 100 mil de fiança e foi liberado.

Também houve busca e apreensão na sede da Trimec em Cuiabá, na casa do empresário Torres e em outras duas empresas do grupo. A PF pediu buscas contra Maggi, negadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Nesta semana foram presos Éder Moraes (PMDB), secretário da Fazenda na gestão Maggi e da Copa no governo Barbosa, e o deputado estadual José Riva (PSD), presidente afastado da Asssembleia Legislativa de Mato Grosso – este teve a prisão revogada nesta sexta (23).

A principal testemunha do caso é o empresário Gércio Mendonça Júnior, das firmas Amazônia Petróleo (rede de postos de combustíveis) e Globo Fomento (factoring).

A suspeita é que as firmas do empresário funcionassem como um "banco clandestino", recebendo empréstimos privados fraudulentos e dinheiro público desviado. Só a conta pessoal e de quatro empresas de Mendonça Jr. movimentaram mais de R$ 500 milhões de 2004 a 2010.

Conhecido como Júnior Mendonça, ele resolveu colaborar com as investigações em fevereiro deste ano e presta informações em regime de delação premiada (em troca de benefícios na acusação).

A Folha mostrou que apenas a Amazônia Petróleo recebeu ao menos R$ 12,1 milhões da gestão Barbosa desde 2011, e já manteve desde 2009 contratos com Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça e Prefeitura de Cuiabá, entre outros órgãos.

Interceptações telefônicas na operação mostraram que Mendonça Jr. ligou para o celular do governador em janeiro de 2012 para marcar uma reunião.

O empresário também disse ter emprestado, a pedido de Barbosa, R$ 4 milhões para a campanha do governador em 2010, além de ter pago gastos com pesquisas (R$ 300 mil) e convenção partidária (R$ 150 mil).

Precatório e suspeita de lavagem de dinheiro

Em depoimento à PF, Mendonça Jr. disse que em 2008 emprestou outros R$ 4 milhões a Barbosa, que à época era vice-governador. Essa operação, segundo o delator, teria dado origem ao suposto esquema de "banco clandestino" envolvendo políticos do Estado.

Ele diz que, em março de 2009, foi cobrar a dívida de Barbosa recorrendo a Moraes, então secretário da Fazenda.

Moraes, segundo ele, pediu então que recebesse um depósito de R$ 5,25 milhões da Tocantins Advocacia, um escritório de advogados de Cuiabá (MT) -transferência comprovada em quebra de sigilo bancário.

O então secretário da Fazenda disse, segundo Mendonça Jr., que esse dinheiro era parte de R$ 9,5 milhões que ele, Moraes, tinha a receber do escritório de advocacia.
Fonte: MidiNews

Moraes afirmou ainda, sempre segundo a delação de Mendonça Jr., que o dono do escritório de advocacia havia aberto uma conta com Wanderley Torres, dono da Trimec, para receber R$ 19 milhões de um precatório (dívida do Estado de MT paga por ordem judicial).

O precatório em questão, conforme atestou o Tribunal de Contas do Estado, "furou a fila" desses pagamentos, que têm que seguir uma série de prioridades. Isso ocorreu em 2007, na gestão Blairo, de quem Barbosa foi vice.

"Esse dinheiro, conforme relatado por Gércio Júnior, tinha como destinatários conhecidos Éder Moraes e Silval Barbosa (incluindo o pagamento do empréstimo por este tomador)", diz trecho da decisão do juiz federal Jeferson Schneider, que autorizou as ações da operação nesta semana.

A PF suspeita ainda que a Trimec tenha alimentado o "banco clandestino" operado por Mendonça Jr.

"Existem empréstimos da Trimec [...] incluídos nas hipóteses de empréstimos fraudulentos por terem os recursos como destinatários, de fato, integrantes do núcleo político da organização criminosa"de, especialmente Silval da Cunha Barbosa", diz trecho da decisão de Schneider.

O Ministério Público Federal abriu no mês passado uma investigação sobre contratos da Trimec com a gestão Barbosa, e a oposição ao governador na Assembleia tenta aprovar uma CPI sobre o assunto.

Outro lado


O advogado do governador Silval Barbosa, Ulisses Rabaneda, afirmou que a defesa só irá se manifestar após obter acesso ao inteiro teor da investigação. "Não temos nem elementos para nos manifestarmos", disse.

A reportagem não conseguiu contato com a Trimec nem com o dono, Wanderley Torres. Ninguém atendeu na sede da empreiteira.

Também não houve resposta a chamadas feitas para a sede da Tocantins Advocacia.

A reportagem deixou recado no celular do advogado de Éder Moraes e aguarda resposta.



sábado, 24 de maio de 2014

MESMO PRESO RIVA É ACLAMDO EM ENCONTRO DE PREFEITOS EM MT. ISSO É UMA VERGONHA!


FONTE BLOG DO ANTONIO CAVALCANTE.

ADEMAR ADAMS: Riva deveria ter ido pra cadeia em 2003

Riva preso – A galera solta o grito




 POR ADEMAR ADAMS*

Riva deveria ter ido para a cadeia em 2003, logo após a prisão do bicheiro João Arcanjo. Isso porque as provas dos desvios de, na época, 60 milhões da Assembleia Legislativa eram tantas que parecia iminente o fim do reinado do Baixinho.

Mas o judiciário se submeteu a todo tipo de chicanas e adiamentos, que a população foi ficando entorpecida e descrente na punição. Contribuiu para isso a inatividade da Procuradoria Geral de Justiça que após a saída do procurador Luiz Jacob, passou a fazer corpo mole, não reagindo à tela de proteção armada no Tribunal de Justiça.

Enquanto Riva resistia na justiça, ia se alternando na Presidência ou na 1ª Secretaria da Casa de Leis, tendo no bolso quase a totalidade dos deputados que passei a nominar de “rivaboys”.

Nas eleições subsequentes, os eleitores desinformados e os comprados iam lhe dando votações expressivas. Para isso, a cada ano o duodécimo aumentava e a forma de desvios passou a ser mais sofisticada. Já a imprensa foi ficando cada vez mais calada quanto às falcatruas e mais generosas nos elogios e babações ao deputado, graças ao pagamento de polpudas verbas de zelo. Uma mostra disso foi o comportamento da Globo local, que passou o dia cheia de dedos para dizer que Riva estava preso, só o fazendo no noticiário da noite.

Até o Fantástico da Rede Globo engavetou uma bombástica reportagem do “repórter sem rosto” que passou a ser um reles repórter sem ética. Do morto que assinou cheques, às calcinhas milionárias, as maracutaias do Riva foram dissecadas. Mas o comando da emissora vetou a exibição da reportagem. Na época foi denunciado que teria rolado 10 milhões de jabá.

O Tribunal Faz de Contas, que só pune gestores de pequenos municípios, jamais enxergou qualquer desvio no legislativo estadual. Aliás, recentemente um dos procuradores que era o relator nas contas de Riva, depois de um voto que apontou inúmeras irregularidades insanáveis, sabe Deus por que, pediu a aprovação e foi seguido à unanimidade pelo corte.

A luta social pela criação da Vara de Ação Civil Pública, permitiu que a centena de processos contra o deputado saísse das mãos de juízes conservadores das varas da Fazenda Pública, para magistrados mais modernos e ciosos do interesse público em jogo. As sentenças condenando Riva passaram a descascar e colocar no forno a batata dele.

Também laborou em favor da sociedade a aposentadoria pelo CNJ de uma penca de magistrados, alcunhados de “rivajus”, pela defesa às vezes explícita, do deputado. Daí, a nova formação das Turmas do Tribunal, com destaque que não se pode deixar de citar, para os desembargadores Maria Erotides e Luiz Carlos Costa que em magistrais acórdãos, transformaram, finalmente, Riva em ficha suja.

Feita esta resenha, temos de constatar que a prisão do deputado Riva não tem nada a ver com os desfalques perpetrados no começo de sua carreira parlamentar, que em valores atualizados chegariam hoje a meio bilhão de reais. O processo atual envolve outras denúncias de desvios de dinheiro público, lavagem de dinheiro e outros crimes.

Mas nós, que conhecemos o judiciário brasileiro, não devemos ser muito otimistas. Basta que em um plantão do Supremo, um Gilmar Dantas ou Marco Collor de Mello conceda uma liminar e mande soltar o deputado, como já mandaram soltar dois banqueiros ladrões em outras ocasiões.

O que a sociedade espera, é que seja o começo do desbaratamento dessas quadrilhas que vem assaltando os cofres públicos de forma desbragada nos últimos anos. Mas tem muitos corruptos ainda soltos, de orelha em pé, mas por ora livres.

E os caititus?

Nos próximos dias a Ong Moral deverá pedir à Assembleia Legislativa a abertura de processo de cassação do deputado. Vamos ver como se portam os caititus após o encarceramento do chefe da vara. O atual presidente, que uma ano após o afastamento de Riva da Presidência, não teve coragem de ocupar o gabinete que lhe cabia. Medroso esse Romualdo, não?

E o Mággico?

Parece claro que o senador Blairo Máqquinas sabia do tsunami que se abateria nas cercanias do rio Cuiabá, pois partiu em oportuníssimas férias com a família para a Europa, e escapou, por ora, da avalancha. Mas foi seu status de senador que levou o processo ao STF.


*ADEMAR ADAMS é jornalista em Cuiabá, Mato Grosso. É militante da Ong Moral e foi o presidente fundador desta entidade popular cuiabana.

Fonte Pagina do Enock 

Banco que operou no Mensalão fez negócios com aval do Governo de MT



Documentos apreendidos pela Polícia Federal na residência do ex-secretario de Estado, Éder Moraes, indicam que os empréstimos fraudulentos para abastecer empresas e políticos de Mato Grosso também foram operados nos Bancos Daycolval e BMG. Esta última instituição financeira é uma das protagonistas do mensalão petista em Brasília, operado pelo ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu.

O envolvimento do BMG no mensalão petista levou o diretor presidente, Ricardo Guimarães, a ser condenado a 7 anos de prisão. Na decisão do juiz federal Jeferson Schneider que determinou busca e apreensão em 20 locais em Mato Grosso e São Paulo, também foi determinado que os Bancos Daycoval e BMG deveriam entregar toda a documentação exigida pelos agentes da Polícia Federal sob a pena dos responsáveis serem presos.

Para conseguir aval e conseguir empréstimos milionários, o esquema se assemelhava ao mesmo do Bicbanco. Ou seja, empresas com contratos firmados com o governo do Estado davam obras como garantia e aval para obter empréstimos milionários.

Em um dos casos apurados, a empresa Todeschini Construções Terraplanagem LTDA obteve a liberação de R$ 3,8 milhões. As empresas ADM e DR SUL contraíram empréstimos que totalizam R$ 8,2 milhões. Ambas as transações foram firmadas com o banco Daycoval.

Conforme planilha apreendida pela PF, o banco BMG liberou R$ 58 milhões para empresas que mantinham vínculos com o governo de Mato Grosso. Somente a quantia de R$ 16,652 milhão foi distribuída em benefício das construtoras Dínamo LTDA, Guizardi Junior, Valor Engenharia, Todeschini, Via Appia, Terraplan Terraplanagem e Projetus LTDA.

Ainda aparecem a Constil Construções e Terraplanagem, Parakana Engenharia e Guizardi Junior Construtora. Schneider exige que os bancos Daycoval e BMG entregem "cédulas de crédito ou contratos de créditos referentes empréstimos assim como as respectivas pastas de cadastro e processos preliminares de análise de crédito e de garantias exigidas das empresas".FONTE; NORTÃONOTICIAS

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Banco pirata de Mendonça abastecia campanhas eleitorais e compra de vaga no TCE

Banco pirata de Mendonça abastecia campanhas eleitorais e compra de vaga no TCE

Da Redação - Lucas Bólico
Foto: Lucas Bólico
Presos na quinta fase da Operação Ararath, Riva e Eder Moraes foram levados para Brasília em avião da Polícia Federal
Presos na quinta fase da Operação Ararath, Riva e Eder Moraes foram levados para Brasília em avião da Polícia Federal
A quinta etapa da Operação Ararath, deflagrada na manhã de terça-feira (20) pela Polícia Federal em Cuiabá, dá uma noção do tamanho do esquema investigado em Mato Grosso contra crimes de lavagem de dinheiro e corrupção. A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli revela o funcionamento de uma instituição financeira “pirata” que abastecia campanhas eleitorais, “presenteava” autoridades e viabilizava até a compra de vagas no Tribunal de Contas do Estado. O “banco clandestino” ainda auxiliava seus tomadores na ocultação da origem de recursos recebidos por empresas privadas.

PF cumpre mandados contra grupo que atuava como instituição financeira clandestina
Esquema de lavagem de dinheiro e agiotagem da “Ararath” envolveria políticos e Judiciário

Sofreram devassas em suas casas e/ou gabinetes nesta terça-feira o ex-secretário de Fazenda, Casa Civil e Secopa, Eder Moraes (PMDB); governador Silval Barbosa (PMDB); deputado estadual e presidente afastado da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, José Riva (PSD); prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB); conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado Humberto Bosaipo; conselheiro do TCE e ex-deputado estadual Sérgio Ricardo e o promotor de justiça e membro do Gaeco Marcos Regenold Fernandes.

Dos pedidos de busca e apreensão solicitados pelo Ministério Público Federal e pela Procuradoria-Geral da República, Dias Toffoli só não acatou os mandados contra a casa e a empresa Amaggi, do senador Blairo Maggi (PR), que era governador do Estado durante o período em que o esquema foi identificado, em 2005, e que teria seguido até 2013, já sob a administração de seu sucessor, Silval Barbosa (PMDB).

As quatro primeiras etapas da Ararath apontam que o empresário Gercio Marcelino Mendonça Junior, o Júnior Mendonça se utilizou de sua empresa de factorind Globo Fomento Mercantil e depois de sua rede de postos de combustíveis Comercial Amazônia Petróleo para operar, sem autorização do Banco Central do Brasil, concedendo empréstimos de vulto a pessoas físicas e jurídicas, com tomada de garantias e cobrança de juros.

Mendonça optou por fazer delação premiada à Polícia Federal e seus depoimentos, junto ao que já havia sido apreendido nas etapas anteriores da operação, basearam a quinta fase da Ararath.

Veja abaixo a lista de autoridades que sofreram busca e apreensão por decisão do STF e as respectivas suspeitas. Apenas Blairo Maggi teve o pedido negado.

Eder Moraes

As investigações apontam que o ex-secretário de Estado Eder Moraes seria um pilar do esquema, fazendo a interlocução entre Mendonça e a classe política. O peemedebista foi preso pela Polícia Federal e encaminhado para Brasília para que não atrapalhasse as investigações por gozar de forte influência em Mato Grosso

Após uma hora em aeroporto, Riva e Eder embarcam para Brasília

Eder de Moraes Dias, de acordo com a PGR, e MPF mesmo após o início das apurações das condutas ilícitas que lhe são atribuídas, vinha colocando em risco a instrução processual e convulsionando a própria ordem pública. São investigados indícios de que Eder teria falsificado um requerimento do Ministério Público Federal, de lavra do procurador da república Thiago Lemos de Andrade, em que supostamente se postularia a decretação de prisão preventiva em seu desfavor. O documento foi apreendido em sua residência e revela a intenção dele mobilizar pessoas influentes para protegê-lo contra a investigação em curso.

Após a prisão de ontem, a defesa de Eder garantiu que o ex-secretário, que é pré-candidato a deputado estadual, irá colaborar com as investigações e em troca dos benefícios da “delação premiada”.

Blairo Maggi

Os documentos apreendidos nas residências de Eder Moraes e do pai de Junior Mendonça nas fases anteriores da Ararath e mais as declarações do empresário à PF revelaram, segundo o pedido de busca e apreensão, indícios de que ao menos parte dos recursos provindos da instituição financeira fajuta se destinava a Blairo Maggi, e que “essa parte se destinava a finalidades espúrias no âmbito da política mato-grossense”.

Mendonça aponta Maggi como beneficíário de esquema financeiro e 'avalista' em 'compra' de vaga no TCE
Alvo de investigação, Blairo Maggi está na Europa e só irá se pronunciar se for convocado pelo MP

O nome do senador Blairo Maggi aparece ainda durante as investigações sobre a suposta compra da cadeira no Tribunal de Contas do Estado do conselheiro Alencar Soares por Sérgio Ricardo, à época deputado estadual pelo PR, em 2009. Os elementos juntados pela investigação até então não foram, de acordo com o entendimento de Dias Toffoli, suficientes para que a PF realizasse busca e apreensão na casa e no escritório de Maggi, com sede na empresa Amaggi.

Em suas declarações à PF, Mendonça revelou que, em 2009, o então governador do Estado, obteve do “banco” de Mendonça, por intermédio de Eder Moraes, R$ 4.000.000,00 em favor de Alencar Soares filho, conselheiro que já teria vendido sua vaga a Sérgio Ricardo pelo mesmo valor. Soares, na ocasião, já teria gasto o dinheiro e queria “anular a transação” e por isso recorreu ao banco pirata. O delator diz que entregou um cheque de R$ 2.500.00,00 para Alencar poder devolver a Sérgio Ricardo. Maggi teria apenas “avalizado” o empréstimo.

A assessoria de imprensa de Maggi declarou que o senador está na Europa por motivo de negócios e acompanha as notícias à distância. Quando voltar, se for convocado pelo Ministério Público a dar esclarecimentos, irá se pronunciar a respeito.

Silval Barbosa

As buscas feitas na casa do governador Silval Barbosa se basearam também nos depoimentos de Júnior Mendonça à PF. O empresário afirmou que já ouviu dizer que Silval Barbosa mantém em seu apartamento um caderno onde registra suas negociações e que em uma oportunidade em que esteve no gabinete do peemedebista, durante um “acerto de contas”, viu Silval folhear um caderno espiral de suas anotações para conferir os dados a respeito da dívida.

Governador Silval Barbosa teve que pagar R$ 100 mil de fiança por posse ilegal de arma

Dias Toffoli autorizou a Polícia Federal a procurar este caderno na casa de Silval, mas negou a busca no gabinete do Palácio Paiaguás. Durante o cumprimento do mandado, uma pistola calibre 380 foi encontrada e Silval teve de pagar uma multa de R$ 100 mil para ser liberado.

A caderneta teria dados que comprovariam informações da delação premiada feita por Mendonça. Segundo ele, Eder Moraes recorreu ao banco clandestino para levantar recursos para o pagamento de uma pesquisa eleitoral de intenção de votos e outro para bancar ônibus, comida, água e demais despesas de uma convenção partidária do PMDB em 2010. O primeiro empréstimo seria de R$ 300 mil e o segundo de R$ 150 mil.

Mendonça ainda revelou que teria feito um empréstimo de mais R$ 4 milhões, com juros 3% ao mês para Silval. Apesar de o candidato ter pedido, ainda de acordo com o depoimento, R$ 7 milhões.

José Riva 

A Polícia Federal encontrou indícios robustos de que o deputado estadual José Riva, ao se beneficiar da instituição financeira informal operada por Junior Mendonça, obteve vantagem ilícita e ocultou recursos dela. Por isso, tanto a casa do parlamentar quanto seu gabinete na Presidência da Assembleia Legislativa foram alvos de busca e apreensão.

Deputado Riva e ex-secretário Eder Moraes são presos pela Polícia Federal; busca e apreensão no gabinete de Silval

O deputado José Riva foi preso para evitar que, assim como Eder, pudesse atrapalhar as investigações do esquema. Para argumentar sobre o poder de influência que Riva exerceria no Estado, a fim de conseguir a prisão, a PGR exemplifica que mesmo afastado da Presidência da Assembleia por decisão judicial, Riva continuava a exercê-la de modo “ostensivo e afrontoso”.

“A meu sentir, efetivamente, se mantido em liberdade, [Riva] procurará mobilizar todos os meios a seu alcance para obstruir a elucidação da verdade, criando risco concreto para o êxito da investigação”, despacha Toffoli.

Mauro Mendes

O prefeito Mauro Mendes (PSB) teve sua casa e seu gabinete no sétimo andar da Prefeitura de Cuiabá devassados pela PF. Ele é investigado por ter recebido de Júnior Mendonça R$ 3.450.00,00 no mês de outubro de 2012, quando disputou o primeiro e o segundo turno e se elegeu Prefeito de Cuiabá. A PGR alega que existem fortes indícios de que o dinheiro foi emprestado de forma ilícita, ocultando a origem do recurso.

Os depósitos foram feitos em quatro transferências bancárias pela empresa Amazônia Petróleo na conta corrente de titularidade de Mauro Mendes. Após eleito, Mendes dispensou licitação para contratar a mesma Amazônia Petróleo por valor semelhante ao da dívida adquirida na campanha.

“Impende ressaltar que a empresa comercial Amazônia Petróleo foi contratada pelo município de Cuiabá em julho de 2013, precisamente na gestão de Mauro Mendes, com dispensa de licitação, havendo o contrato celebrado no valor de R$ 3.700.00,00, inteiramente compatível com o valor do empréstimo antes mencionado”, afirma trecho da decisão.

Prefeitura confirma empréstimo com Júnior Mendonça e diz que Mendes deve encaminhar documentos à Justiça

Em nota oficial divulgada ontem (veja aqui), após a busca e apreensão, a Prefeitura confirmou a dívida de campanha, alegou legalidade, e garantiu que o prefeito ainda não quitou o débito. “Este empréstimo, ainda não liquidado, está devidamente informado por Mauro Mendes à Receita Federal nas suas declarações de Imposto de Renda de Pessoa Física dos anos de 2012/13 e 2013/14. Portanto uma operação formal e transparente”.

A prefeitura também confirma a contratação da Amazônia Petróleo para o abastecimento de veículos oficiais, mas alega que a “contratação ocorreu pelo critério do menor preço e visou evitar a interrupção do abastecimento da frota de veículos da municipalidade, entre eles ambulâncias, caminhões e máquinas responsáveis pelas obras e limpeza da cidade, entre outros, uma vez que não foi possível concluir licitação convocada anteriormente para este fim”.

Sérgio Ricardo

O conselheiro Sérgio Ricardo teve seu gabinete no Tribunal de Contas e sua residência vasculhados pela PF. Ele foi citado por Júnior Mendonça, pois teria comprado por R$ 4.000.000,00 a cadeira de Alencar Soares no TCE, em 2009. Como Alencar teria gasto o dinheiro e pretendia permanecer no cargo, pegou dinheiro com Mendonça, por meio da empresa Global Fomento, para devolver a Sérgio Ricardo. O delator alega que soube da compra da vaga no gabinete do conselheiro Alencar Soares, ocasião em que deu um cheque de R$ 2.500.000,00 ao conselheiro.

A assessoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE) informou que o conselheiro Sérgio Ricardo não é acusado formalmente de nenhum crime e que ele possui total interesse no desfecho da investigação e que tem colaborado com os procedimentos executados pela Polícia Federal. Na data de terça-feira (20) foram cumpridos mandados de busca e apreensão em sua residência e também no gabinete

Marcos Regenold

O nome do promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes aparece por suspeita de manter relações comprometedoras com o ex-secretário Eder Moraes, apontado como um dos principais envolvidos no esquema. Policiais federais realizaram busca e apreensão tanto na casa quanto no gabinete do promotor, no Gaeco.

Paulo Prado e promotor do Gaeco são alvos de investigação do MPF que culminou na 5ª fase da Ararath
Prado e Regenold afirmam que nunca agiram para 'proteger' Eder Moraes e que a intenção era colaborar com a PF

A investigação da PF aponta que ao perceber a investigação em curso, ainda durante a primeira fase da Ararath, Eder “procurou valer-se de relações espúrias com membros do Ministério Público do Estado de Mato Grosso para simular a condição de colaborador, protegendo-se de investidas investigatórias”. Eder, de acordo com a PGR, também “também para obter informação privilegiada sobre o andamento da investigação federal” e usou como interlocutor junto à PF o promotor Marcos Regenold.

Apesar de não ter sido alvo de mandado, Prado também é investigado. Ele alega, no entanto, que efetivou apenas tratativa institucional via telefone com o Superintendente da Polícia Federal do Estado de Mato Grosso para dar encaminhamento de pretenso colaborador que teria se apresentado a membro do Gaeco e que todas as oções tiveram o único intuito de colaborar com as investigações (veja a íntegra aqui).

Regenold alega que foi procurado por Eder Moraes pois o ex-secretário queria entrar em contato com a PF para colaborar com as investigações. “Se o colaborador Éder contou meias verdades ou quis direcionar as investigações, como relataram, além de ser algo que desconhecemos, tal assertiva não guarda conexão com os documentos que entregou e que, coincidentemente, batem com as medidas cumpridas junto aos alvos na data de ontem”, afirma o promotor (veja a íntegra aqui).

Humberto Bosaipo 

O conselheiro do TCE afastado Humberto Bosaipo sofreu busca e apreensão em uma propriedade sua, em Cuiabá. O ex-deputado estadual foi citado nos depoimentos de Júnior Mendonça. Bosaipo receberia “agrados” do empresário na forma de empréstimos com ampla flexibilidade de quitação. Em trecho do depoimento, o denunciante afirma que já entregou dinheiro no gabinete do Humberto Bosaipo, sendo recebido pessoalmente por ele.

    Fonte> Olhar Direto

    terça-feira, 20 de maio de 2014

    PF arbitra fiança para governador preso por posse de arma; valor seria R$ 100 mil

    Welington Sabino, repórter do GD


    Marcus Vaillant

    Governador Silval Barbosa teve fiança arbitrada e responderá ao crime em liberdade
    (Atualizada às 17h20) O governador Silval Barbosa (PMDB), preso por posse irregular de arma de fogo pela Polícia Federal (PF) na manhã desta terça-feira (20) já foi ouvido por um delegado da PF e deixou a Superintendência da instituição por volta das 16h. Ele estava acompanhado de 3 advogados. Oficialmente, o valor da fiança não foi divulgado nem pela defesa e nem pela PF, mas fala-se em R$ 100 mil extraoficialmente. Barbosa foi preso e levado para se explicar porque os agentes da PF encontraram em sua casa uma pistola calibre 380 com a documentação vencida.
    Por ser um calibre de uso permitido a qualquer pessoa, desde que a arma esteja devidamente registrada, o crime é passível de fiança. Um delegado ouvido pelo Gazeta Digital ressaltou que trata-se de um crime afiançável, porém, não é de menor potencial ofensivo. Para ser classificado como de menor potencial, a pena máxima prevista para o crime não pode ultrapassar os 2 anos de prisão.
    No caso do crime de posse irregular de arma de fogo, pelo qual o governador foi indiciado, a pena varia de 1 a 3 anos de prisão. Silval foi detido e “convidado” a acompanhar os agentes porque a arma irregular foi localizada em seu apartamento durante cumprimento de um mandado de busca e apreensão relativo à 5ª fase da Operação Ararath, deflagrada em etapas para investigar acusados de envolvimento num esquema de lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro nacional.
    Da casa do governador foram levados documentos. Os advogados dele não informaram se houve apreensão de outros objetos. E pelo fato de as investigações correrem sob sigilo, a Polícia Federal também não irá divulgar quais objetos ou quais tipos de documentos foram apreendidos na residencia do chefe do Executivo Estadual.
    Por sua vez, o secretário de Comunicação, Marcos Lemos, o Marcão, disse ao GD que o governador chegou à PF por volta das 12h e já havia sido liberado por volta das 15h30 depois do pagamento da fiança. Porém, continuava dentro da sede da PF junto com seus advogados aguardando a finalização do auto de infração. Lemos afirmou que Silval tem porte de arma, ou seja, tem autorização para nadar armado, e disse ainda que a arma também é registrada, porém, o documento venceu e não foi renovado.
    Lemos destacou que não houve busca e apreensão no Palácio Paiaguás, sede do governo e em nenhuma secretaria estadual. Garantiu que o mandado era especificamente para ser cumprido no apartamento de Silval.
     Fonte: Gazeta Digital

    Lista da Polícia Federal enquadra o mais alto escalão de Mato Grosso; confira aqui


    Da Redação - Katiana Pereira
    Foto: Reprodução
    Lista da Polícia Federal enquadra o mais alto escalão de Mato Grosso; confira aqui
    A Polícia Federal (PF) surpreendeu na manhã desta terça-feira (20) o mais alto escalão do Estado de Mato Grosso. Entre os alvos da quinta fase da Operação Ararath estão o governador Silval Barbosa (PMDB), o prefeito de Cuiabá Mauro Mendes, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Riva, o ex-secretário de estado Eder Moraes, além de advogados, empresários, lobistas e ex-secretários de Governo.

    O site Folha Max publicou uma lista que contém os locais onde a Polícia Federal compareceu com base na decisão de Jeferson Scheineder, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider, determinou no dia 9 de maio o cumprimento de 19 mandados de busca e apreensão, condução coercitiva, e dois de entrega de documentos, na quinta fase da Operação Ararath. 

    Júnior Mendonça confirma delação premiada à PF e mantém sigilo sobre depoimento
    Governador, empresários e ex-prefeito de Cuiabá são levados à sede da Polícia Federal
    O  ex-secretário de Infraestrutura de Mato Grosso, Vilceu Marchetti, condenado no caso que ficou conhecido como "Escândalo dos Maquinário" teve um mandando de busca e apreensão determinado pela Justiça Federal. Ezequiel de Jesus de Oliveira Lara, que era secretário- adjunto de Engenharia da Secretaria Estadual de Transporte e Pavimentação Urbana. O ex-prefeito de Cuiabá Anildo Lima Barros, também teve mandado de busca e apreensão deferido em seu nome. 

    Confira a lista dos mandados de busca e apreensão determinados pela Polícia Federal

    Bic Banco - São Paulo e Cuiabá
    Luiz Carlos Cozzeol - Cuiabá
    Vilceu Aparecido MArcheti – Primavera do Leste
    Ezequiel de Jesus Olveira Lara – Cuiabá
    Lince Construtora e Incorporadora
    Ana Cristina Saboia – empresária – Cuiabá
    Manuel Jorge de Saboia – empresário – Cuiabá
    São Tadeu Energética S.A – Cuiabá
    Mauro Carvalho Júnior – empresário - Cuiabá
    Ricardo Padilha de Borboun Neves – empresário Cuiabá
    Borboun Fomento Mercantil – Cuiabá
    Gemini Projetos, Incorporações e Construções – Cuiabá
    Anildo Lima Barros – empresário – Cuiabá
    Laje Engenharia e Pavimentação LTDA
    José Antonio Felix – empresário - Cuiabá
    Trimec Construções e Terraplanagem LTDA – Cuiabá
    WTorres Participações e Investimentos, Sol Vermelho Participações e Investimentos, Trimec Equipamentos – Várzea Grande
    Wanderlei Fachetti Torres – Cuiabá
    Lotufo Engenharia e Construções LTDA – Cuiabá

    Entrega de documentos
    Banco Daycoval 
    Banco BMG
     fONTE: OLHAR DIRETO

    Juiz Federal já recebeu denúncia contra quatro investigados da Operação Ararath


    Da Redação - Katiana Pereira
    Foto: Reprodução
    Juiz Federal já recebeu denúncia contra quatro investigados da Operação Ararath
     O juiz da 5º Vara Federal de Mato Grosso, Jeferson Schneider, informou que já recebeu denúncia proposta pelo Ministério Público Federal (MPF) contra quatro acusados de integrarem um esquema de fraude e lavagem de dinheiro, investigados na Operação Ararath, da Polícia Federal.

    A informação foi confirmada ao Olhar Jurídicopela assessoria de imprensa da Justiça Federal, que encaminhou uma nota do magistrado. Schneider informou ainda que decretou a busca e apreensão em desfavor de 59 investigados, dentre eles pessoas físicas e jurídicas; a condução coercitiva de 30 investigados; a prisão preventiva de um investigado; e a prisão temporária de um investigado.

    PF investiga suposta ligação de promotor do Gaeco com Eder MoraesDois advogados são detidos pela Polícia Federal; OAB acompanha o caso

    Foram presos nesta movimentada terça-feira (20) o ex-presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL/MT), deputado José Riva, e o ex-secretário da Sefaz, Eder de Moraes Dias. A reportagem apurou apenas que ambos são investigados na operação iniciada no ano passado contra crimes de lavagem de dinheiro. Todos que tiveram prisões decretadas serão encaminhados para Brasília, para prestar depoimentos.

    Schneider informou que as medidas cautelares foram proferidas no âmbito de 10 inquéritos policiais, os quais compreendem a operação policial, por meio de 23 decisões judiciais.

    A Justiça Federal explicou que em razão de anterior desmembramento do processo, em relação aos investigados com prerrogativa de foro, o Supremo Tribunal Federal (STF) também fez cumprir mandados de busca e apreensão, assim como prisões cautelares decretadas por aquela Corte.

    Conforme já revelado pelo Olhar Jurídico, a PF iniciou às investigações em 2011, de forma velada, para apurar a prática de crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.

    Em novembro de 2013, a fase ostensiva foi deflagrada, em diferentes etapas e 27 mandados de busca e apreensão cumpridos. Um dos alvos principais é o empresário Júnior Mendonça, da Amazônia Petróleo.
     fONTE: OLHAR DIRETO