domingo, 14 de outubro de 2012

O eleitor é quem pauta o debate



Vontade soberana. Segundo Haddad,
os paulistanos votaram pela mudança
Piero Locatelli e Sergio Lírio, CartaCapital

“Visivelmente cansado após uma campanha intensa no primeiro turno e reiniciada a todo vapor mal os resultados das urnas foram anunciados na noite do domingo 7, o petista Fernando ­Haddad recebeuCartaCapital em seu escritório no comitê eleitoral no centro de São Paulo. Em meio às negociações de apoios no segundo turno e às definições de uma extensa agenda nas próximas semanas, entre uma xícara de café e vários telefonemas, o candidato avaliou o cenário da disputa. Segundo ele, a insistência em pautar o julgamento do “mensalão” no debate eleitoral e o obscurantismo religioso não vão influenciar as urnas. Para Haddad, a cidade quer mudança. Quanto ao discurso de José Serra, que prometeu governar para os pobres, ironizou: “É uma piada de mau gosto. Ele deve desculpas à periferia”.

CartaCapital: Como é possível escapar do debate sobre o mensalão no segundo turno de São Paulo?
Fernando Haddad: Não vou fugir de nenhum debate. Mas o que tenho dito e repetido é que eu nunca fui abordado para responder a respeito desse assunto por nenhum cidadão. E todos os dias eu fui perguntado a respeito por jornalistas. Quer dizer, este não parece um tema, uma pauta, do eleitor. Mas se alguém me perguntasse na rua, responderia sem problemas. Entendo que o cidadão vai pautar o debate sobre a cidade, vai exigir soluções. Ele não está feliz, está sofrendo. Hoje, o paulistano, o morador de São Paulo, sofre nas filas, nos trens, nos ônibus, nos hospitais. A educação vai mal. Imagina São Paulo ter indicadores de qualidade piores do que os de Teresina, que tem metade dos recursos de São Paulo para investir. Como a cidade mais rica do País tem uma educação tão pobre? Não posso me desviar do assunto central, que é discutir a cidade.


CC: Em seu primeiro discurso após o resultado oficial do primeiro turno, Serra voltou a citar o julgamento no Supremo. Em resposta, o senhor mencionou nos últimos dias o “mensalão mineiro”. A sua campanha pretende explorar esse tema?
FH: Não posso antecipar nossa estratégia. As decisões táticas a serem tomadas vão depender muito dos desdobramentos da campanha. Não se pode interditar um debate, qualquer um. Se ele acontecer, vamos responder. Mostrar que não se trata de uma questão partidária. Basta ver o que acontece na cidade. As denúncias referentes à administração municipal, ou mesmo estadual, não ganham o mesmo destaque daquelas que ocorrem em plano federal. Mas há inúmeros secretários que respondem a processos de improbidade e cujos indícios de problemas são muito claros.”
Foto: José Patrício/AE
Entrevista Completa, ::AQUI::

Fonte: BrasilBrasil

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