Líderes da etnia muduruku afirmaram, na sexta-feira (9), que o índio Adenílson Krixi Munduruku foi executado com três tiros de espingarda de calibre 12, disparados pelo delegado federal que liderou ações da Operação Eldorado, na última quarta-feira (7), no extremo Norte de Mato Grosso.
Os índios alegam que os policiais federais invadiram a aldeia e disparam tiros de armas de grosso calibre. Líderes locais fotografaramm pessoas feridas por balas de borracha. O nome do delegado não foi revelado.
A foto que mais chamou a atenção é do corpo de Adenílson: ele aparece com um tiro na cabeça e outro próximo ao joelho. Os mundurukus acusaram formalmente um delegado da Polícia Federal de ser autor dos disparos.
Eles afirmam que houve uma execução. "Não tenho dúvida alguma de que foi uma execução. Eles atiraram nas pernas, para que ele não pudesse fugir, e, depois, deram um tiro na cabeça para matar", disse Adonias Kaba, em entrevista ao jornal Diário de Cuiabá.
Kaba é índio munduruku e vereador pelo PSDB do município de Jacareacanga, no Pará, que faz divisa com Mato Grosso.
As fotos que evidenciam a violência foram tiradas pelo vereador e compartilhadas em páginas da rede social Facebook.
Na rede social, os índios denunciam "uma ação arbitrária" e pedem uma investigação severa, com participação do Ministério Público Federal.
O munduruku Emilio Kaba fez o seguinte comentário na foto que mostra o corpo de Adenílson: “Esse ferimento não é de bala de borracha, é de bala de fuzil, queremos que a Presidente Dilma Roseffe [sic] veja isso, que toma as providência. cotra [sic] o Delegado que comando esse atos de violência contra os Indio Mundurukus”.
Um laudo da Polícia Civil de Jacareacanga aponta que a causa da morte de Adenílson foram três ferimentos à bala. O corpo dele foi enterrado na quinta-feira (8).
PF diz que houve emboscada
O superintendente da PF em Mato Grosso, César Augusto Martinez, alegou que o confronto foi motivado por "uma embosca tramada pelos índios".
“Nossa equipe, no dia anterior, havia conversado, por mais de quatro horas com os índios, juntamente com a Funai. A resistência dessa forma não era esperada. Os índios estavam se preparando para a guerra”, disse, em entrevista coletiva, em Cuiabá, na noite de sexta-feira (9).
Em nota, a PF afirma que interceptações telefônicas, realizadas com autorização judicial, comprovariam que havia intenção anterior do líder indígena em atacar os policiais.
O informativo também diz que os policiais utilizaram bombas de gás para proteção pessoal e dos servidores do Ibama e Funai, que se encontravam com balsa.
A PF disse que ainda não tem confirmação da morte de Adenílson.
“Caso tenha confirmação da morte e se o corpo já foi enterrado, uma exumação do cadáver é indispensável para elucidação do caso”, disse Martinez.
Clima de guerra
Martinez também revelou que a situação em Alta Floresta ainda é tensa. De acordo com o superintendente, cerca de 3 mil índios ameaçaram invadir a cidade de Alta Floresta (803 km ao Norte de Cuiabá).
A invasão seria em resposta ao confronto ocorrido na quarta-feira (6), entre índios e policiais federais, durante a Operação Eldorado. A Polícia Federal informou que 13 índios da etnia mundurukú, da região do rio Teles Pires, foram autuados por resistência e desobediência após o confronto com policiais federais
Operação Eldorado
A Operação Eldorado, deflagrada na terça-feira (6), em Mato Grosso, Pará, Rondônia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Amazonas e Rio de Janeiro, teve o objetivo de desarticular uma rede de exploração de garimpos ilegais na região do rio Teles Pires.
O esquema funcionava há cinco anos. Durante a primeira etapa da operação, foram cumpridos 17 dos 28 mandados de prisão temporária, 64 de busca e apreensão e oito de condução coercitiva expedidos pela Justiça Federal.
No esquema, eram usadas notas frias de cooperativas de garimpeiros para legalizar a produção de garimpos, que funcionavam de forma ilegal.
Conforme as investigações, boa parte dos garimpos ficava nas terras dos índios mundurukus e kayabis.
O esquema também contava com a participação de índios, que, segundo a PF, facilitavam o acesso às áreas de extração.
Uma das empresas investigadas, com sede em Cuiabá, movimentou cerca de R$ 150 milhões nos últimos dois anos.
A companhia também operava na Bolsa de Valores, para comercializar o ouro como ativo de investimento financeiro.
Na operação, agentes da PF apreenderam 23 quilos de ouro, avaliados em R$ 2 milhões, com o empresário Valdemir Melo, dono da empresa Parmetal, com sede em Cuiabá, e com o filho dele, Artur Melo. Os dois foram presos na manhã de terça-feira.
Também foi preso na operação um oficial da Marinha do Brasil, lotado no Norte de Mato Grosso, que seria encarregado de legalizar o transporte do produto em embarcações, com o uso de notas fiscais falsas.
Explicações ao MPF
O procurador da República Rodrigo Timóteo da Costa e Silva pediu explicações, "com a máxima urgência", ao superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, César Augusto Martinez, e à presidente da Funai, Marta Maria do Amaral Azevedo, sobre o confronto.
Os índios alegam que os policiais federais invadiram a aldeia e disparam tiros de armas de grosso calibre. Líderes locais fotografaramm pessoas feridas por balas de borracha. O nome do delegado não foi revelado.
A foto que mais chamou a atenção é do corpo de Adenílson: ele aparece com um tiro na cabeça e outro próximo ao joelho. Os mundurukus acusaram formalmente um delegado da Polícia Federal de ser autor dos disparos.
Eles afirmam que houve uma execução. "Não tenho dúvida alguma de que foi uma execução. Eles atiraram nas pernas, para que ele não pudesse fugir, e, depois, deram um tiro na cabeça para matar", disse Adonias Kaba, em entrevista ao jornal Diário de Cuiabá.
Kaba é índio munduruku e vereador pelo PSDB do município de Jacareacanga, no Pará, que faz divisa com Mato Grosso.
As fotos que evidenciam a violência foram tiradas pelo vereador e compartilhadas em páginas da rede social Facebook.
Na rede social, os índios denunciam "uma ação arbitrária" e pedem uma investigação severa, com participação do Ministério Público Federal.
O munduruku Emilio Kaba fez o seguinte comentário na foto que mostra o corpo de Adenílson: “Esse ferimento não é de bala de borracha, é de bala de fuzil, queremos que a Presidente Dilma Roseffe [sic] veja isso, que toma as providência. cotra [sic] o Delegado que comando esse atos de violência contra os Indio Mundurukus”.
Um laudo da Polícia Civil de Jacareacanga aponta que a causa da morte de Adenílson foram três ferimentos à bala. O corpo dele foi enterrado na quinta-feira (8).
PF diz que houve emboscada
O superintendente da PF em Mato Grosso, César Augusto Martinez, alegou que o confronto foi motivado por "uma embosca tramada pelos índios".
“Nossa equipe, no dia anterior, havia conversado, por mais de quatro horas com os índios, juntamente com a Funai. A resistência dessa forma não era esperada. Os índios estavam se preparando para a guerra”, disse, em entrevista coletiva, em Cuiabá, na noite de sexta-feira (9).
Em nota, a PF afirma que interceptações telefônicas, realizadas com autorização judicial, comprovariam que havia intenção anterior do líder indígena em atacar os policiais.
O informativo também diz que os policiais utilizaram bombas de gás para proteção pessoal e dos servidores do Ibama e Funai, que se encontravam com balsa.
A PF disse que ainda não tem confirmação da morte de Adenílson.
“Caso tenha confirmação da morte e se o corpo já foi enterrado, uma exumação do cadáver é indispensável para elucidação do caso”, disse Martinez.
Clima de guerra
Martinez também revelou que a situação em Alta Floresta ainda é tensa. De acordo com o superintendente, cerca de 3 mil índios ameaçaram invadir a cidade de Alta Floresta (803 km ao Norte de Cuiabá).
A invasão seria em resposta ao confronto ocorrido na quarta-feira (6), entre índios e policiais federais, durante a Operação Eldorado. A Polícia Federal informou que 13 índios da etnia mundurukú, da região do rio Teles Pires, foram autuados por resistência e desobediência após o confronto com policiais federais
Operação Eldorado
A Operação Eldorado, deflagrada na terça-feira (6), em Mato Grosso, Pará, Rondônia, São Paulo, Rio Grande do Sul, Amazonas e Rio de Janeiro, teve o objetivo de desarticular uma rede de exploração de garimpos ilegais na região do rio Teles Pires.
O esquema funcionava há cinco anos. Durante a primeira etapa da operação, foram cumpridos 17 dos 28 mandados de prisão temporária, 64 de busca e apreensão e oito de condução coercitiva expedidos pela Justiça Federal.
No esquema, eram usadas notas frias de cooperativas de garimpeiros para legalizar a produção de garimpos, que funcionavam de forma ilegal.
Conforme as investigações, boa parte dos garimpos ficava nas terras dos índios mundurukus e kayabis.
O esquema também contava com a participação de índios, que, segundo a PF, facilitavam o acesso às áreas de extração.
Uma das empresas investigadas, com sede em Cuiabá, movimentou cerca de R$ 150 milhões nos últimos dois anos.
A companhia também operava na Bolsa de Valores, para comercializar o ouro como ativo de investimento financeiro.
Na operação, agentes da PF apreenderam 23 quilos de ouro, avaliados em R$ 2 milhões, com o empresário Valdemir Melo, dono da empresa Parmetal, com sede em Cuiabá, e com o filho dele, Artur Melo. Os dois foram presos na manhã de terça-feira.
Também foi preso na operação um oficial da Marinha do Brasil, lotado no Norte de Mato Grosso, que seria encarregado de legalizar o transporte do produto em embarcações, com o uso de notas fiscais falsas.
Explicações ao MPF
O procurador da República Rodrigo Timóteo da Costa e Silva pediu explicações, "com a máxima urgência", ao superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, César Augusto Martinez, e à presidente da Funai, Marta Maria do Amaral Azevedo, sobre o confronto.
Fonte: Midia News/ NN
Nenhum comentário:
Postar um comentário