Gabriel Bonis, CartaCapital
“O anúncio da renúncia do Papa Bento XVI nesta segunda-feira 11 causou surpresa, mas não pode ser considerado um movimento tão inesperado. Em meio a um mandato marcado por tensões com outros líderes religiosos, novos casos de pedofilia envolvendo clérigos e a demanda por uma Igreja Católica mais aberta, Joseph Ratzinger vivia sob constante pressão. Algo que tornou-se mais evidente em delicados escândalos, como o do mordomo mandado para a prisão por revelar documentos que deixavam claro o jogo de poder nos corredores do Vaticano.
Em uma carta, Ratzinger afirma ter
refletido repetidamente até concluir não ter mais “forças, devido à idade
avançada (…) para exercer adequadamente o ministério petrino”. Embora isso não
seja novidade, uma vez que ele assumiu o posto aos 77 anos, em 19 de Abril de
2005, o pontífice não mencionou nos últimos anos nenhuma doença grave que
poderia afasta-lo de suas funções. Realizou recentemente, inclusive, um longo
discurso a cardeais sem grandes problemas.
É preciso, então, avaliar as forças
políticas do Vaticano, um monastério absolutista sobre o qual o Papa tem mandato
vitalício e controla sozinho os poderes Judiciário, Executivo e Legislativo. Sem
mencionar alguns aspectos das diretrizes econômicas do Estado independente
cravado no centro da Itália. É, portanto, um cargo sujeito a pressões de todos
os tipos. Algo que pode ter contribuído para a renúncia.”
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Fonte:Brasil Brasil
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