sábado, 7 de janeiro de 2012

Manifestação em frente a restaurante de SP pede fim do racismo no país



Elaine Patricia Cruz, Rede Brasil Atual

Enquanto algumas pessoas almoçavam no Restaurante Nonno Paolo, na zona sul de São Paulo, do lado de fora, um pequeno número de pessoas fazia um panelaço contra atitudes racistas. A manifestação, pacífica, foi organizada  pela internet e motivada pela história do casal espanhol que teve o filho adotivo, de 6 anos, retirado do estabelecimento.

Enquanto os pais se serviam no restaurante, o filho etíope ficou esperando em uma das mesas. Um dos funcionários da pizzaria abordou a criança e a retirou do local. O casal espanhol encontrou o filho na calçada e registrou um boletim de ocorrência por discriminação racial na Delegacia do bairro de Vila Mariana.

A estudante Carina Paola Cardenas, uma das idealizadoras do protesto, disse que o objetivo é chamar a atenção para o preconceito racial. “Pretendemos mostrar às pessoas que o racismo existe. Não se consegue mudá-lo somente por leis. O que muda isso é a conscientização. Por isso, estamos estimulando o boicote aos estabelecimentos que tenham esse tipo de política de maltratar pessoas seja por causa da raça ou por questão social.”

Wilson Honório da Silva, do Movimento Nacional Quilombo Raça e Classe, disse que o protesto, apesar de ter contado hoje com um grupo muito pequeno de pessoas, não pode ser esgotado. “O movimento tem o propósito de mandar um recado para a sociedade. Estamos cansados de viver em um país onde ser negro é parecer marginal.”

Para ele, a ideia é organizar manifestações ao longo do ano para alertar a população sobre o racismo. “Estamos propondo transformar o dia 21 de março, que é o Dia Internacional de Combate ao Racismo, num grande ato em protesto a todos esses casos que têm se repetidoem São Paulo”, disse.

À Agência Brasil, os sócios do restaurante disseram que não iriam se manifestar sobre o caso até a conclusão do inquérito policial.
Na última quarta-feira (4), a Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo instaurou um processo para apurar o caso. Se for comprovada a discriminação racial contra a criança, o estabelecimento poderá ser multado.”
fonte: Brasil Brasil

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