terça-feira, 3 de abril de 2012

Pressionado e isolado, Demóstenes deixa o DEM

Alvo de processo de expulsão desde ontem, senador reclama de prejulgamento e diz não ter se desviado “reiteradamente” do programa partidário. Partido queria explicações sobre ligação com bicheiro

Cada vez mais isolado, Demóstenes fica sem partido para enfrentar processo no Conselho de Ética. Foto: José Cruz/ABr
O senador Demóstenes Torres (GO) acaba de entregar sua carta de desfiliação do Democratas. O senador goiano, que desde ontem era alvo de um processo de expulsão do partido, enviou ofício, por meio de um emissário, ao presidente da legenda, o senador José Agripino (RN), em que acusa a legenda de prejulgá-lo e diz que não se desviou “reiteradamente” do programa partidário (leia a íntegra da carta).
A cúpula do DEM decidiu abrir ontem (2) processo disciplinar contra Demóstenes, depois de ter dado prazo para que o senador goiano explicasse ao comando da sigla suas ligações com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O parlamentar, porém, ignorou o apelo do partido, que cobrava dele explicações convincentes. Com a desfiliação, o processo de expulsão será arquivado antes mesmo de ser aberto oficialmente.
Demóstenes era líder do DEM no Senado até a semana passada. Afastou-se da função após o surgimento de novos indícios de envolvimento dele com o bicheiro, preso na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Cachoeira é acusado de comandar um esquema de caça-níqueis e jogos de azar em Goiás, com ramificações em outros estados. Áudios divulgados pela imprensa, nos últimos dias, mostram Demóstenes se comprometendo a fazer lobby para o contraventor e pedindo dinheiro a ele.
A desfilição de Demóstenes não muda, porém, sua situação política nem o andamento das investigações em curso. Ele é alvo de uma representação no Conselho de Ética do Senado, que pode recomendar a cassação de seu mandato. O senador se recusa, até o momento, a dar novas explicações sobre o caso, alegando que está estudando o inquérito em que é citado, em tramitação agora no Supremo Tribunal Federal (STF).
Fonte: Congresso em foco

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