Convênio de uma ONG de Santa Catarina, presidida por um pedetista, usou verbas do Ministério do Trabalho para beneficiar empresas de filiados ao partido. Integrantes do alto escalão do ministério também aceitaram uma viagem à China paga por uma empresa de eletrônicos.
Folha de S. Paulo
Uma ONG de Santa Catarina, presidida por um pedetista, usou verbas do Ministério do Trabalho para beneficiar empresas de filiados ao PDT. Muitos dos serviços não foram prestados ou foram pagos em duplicidade, segundo um relatório inédito da CGU (Controladoria-Geral da União) obtido pela Folha. O documento analisa um convênio entre o ministério e a Adrvale (Agência de Desenvolvimento do Vale do Rio Tijucas e Rio Itajaí Mirim), de R$ 6,9 milhões, firmado em 2007, na gestão Carlos Lupi.
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Uma ONG de Santa Catarina, presidida por um pedetista, usou verbas do Ministério do Trabalho para beneficiar empresas de filiados ao PDT. Muitos dos serviços não foram prestados ou foram pagos em duplicidade, segundo um relatório inédito da CGU (Controladoria-Geral da União) obtido pela Folha. O documento analisa um convênio entre o ministério e a Adrvale (Agência de Desenvolvimento do Vale do Rio Tijucas e Rio Itajaí Mirim), de R$ 6,9 milhões, firmado em 2007, na gestão Carlos Lupi.
O ministro, que nega corrupção no Trabalho, é presidente licenciado do PDT. Esse é o mesmo convênio que, como a Folha revelou ontem, tornou-se alvo de um inquérito da Polícia Federal por irregularidades em licitações. Mesmo com o inquérito aberto, o ministro Carlos Lupi beneficiou pessoalmente a Adrvale ao comparecer no evento para a assinatura de outros dois convênios. A CGU fez sua auditoria em maio de 2008, no início da vigência do convênio. A tentativa era apurar a suspeita de desvios de verbas.
Naquele momento, a ONG havia gasto R$ 1,1 milhão do total (valor atualizado) de R$ 6,9 milhões. A CGU calculou que o prejuízo ao erário chegava a 50% do total gasto. Parte do dinheiro acabou em empresas de militantes do PDT ou de funcionários e familiares de membros da ONG.
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