terça-feira, 19 de julho de 2011

Maggi acusa governo de 'vazar' informações sobre pai e diz que irá até última instância para descobrir "jogo sujo"

Da Redação - Laura Petraglia

Foto: Agência Senado

O senador Blairo Maggi (PR), afirmando estar indignado com notícia publicada no fim de semana por um jornal de Brasília, cujo conteúdo aponta os empresários André Maggi (pai do republicano) e Ferdinando Pagot (pai de Luiz Antonio Pagot), ambos já falecidos, como líderes de um grupo supostamente criminoso do oeste do Paraná na década de 70, declarou não ter dúvidas que o material é oriundo de órgãos do próprio governo federal.

Além disso, o parlamentar declarou que irá até a última instância para que as pessoas que tentaram manchar o nome do pai dele sejam responsabilizadas. Para o parlamentar, as acusações são "jogo sujo" de quem não tem escrúpulo. Ele disse ainda que já começou a investigar a 'tal fonte do impresso'.

“A história que eu sei, e que meu pai me contava, era justamente o inverso daquilo que fora relatado. Meu pai foi preso político na década de 60 e ele teve a pequena propriedade, que ele tinha na época, invadida pela liga que o Brizola (Leonel, ex-governador do RS e depois do RJ) fazia e que dividiu as terras no Paraná. Ele (o pai) obviamente foi defender as terras dele, as coisas dele. Eu pedi ao jornal (Correio Braziliense), onde eles buscaram tais informações. Primeiro eles disseram que foi no Arquivo Nacional, e então eu fui investigar e pedi para minha assessora ir até lá para buscar essas informações, mas não achamos nada, lá não foi, não houve nenhuma movimentação neste sentido”, relato Maggi, em tom desabafo.

Maggi afirma que requereu também um levantamento no Arquivo Nacional de tudo que faça referência ao nome do pai dele.

“Estou entrando também com um pedido junto à Polícia Federal em Brasília, para que ela também faça um levantamento nos seus bancos e arquivos da década de 60, pra ver o que está escrito e se realmente tem algo escrito sobre meu pai naquela época, para que eu faça o caminho inverso ao do jornal. Se eu descobrir de onde veio isso, não tenham dúvida alguma que eu vou propor todas as ações judiciais possíveis para responsabilizar aqueles que escreveram essa matéria porque trata-se de um fato escrito pelos arapongas da época e invertido pelos arapongas de hoje, ou de mais um dossiê dos aloprados”, afiançou.

O parlamentar sustenta que não irá medir esforços e nem recursos para tirar essa ‘estória’ a limpo. “Meu pai não está mais aqui para se defender, nem o pai do Pagot. Das coisas boas que meu pai deixou, dos colégios que ele construiu por onde ele passou, das coisas boas, esses caras não fizeram nenhuma referência. Vou com muita serenidade, mas com muita tristeza levantar isso. Nem na época mais dura do regime militar a gente viu esse tipo de coisa. Um jogo sujo, baixo, de quem não tem o mínimo de escrúpulo e precisa ser responsabilizado”, disse.

Consta da matéria publica pelo Correio Braziliense, que, no início da década de 1970, o Serviço de Informação da Polícia Federal demonstrava preocupação com um grupo que definia como criminoso no Oeste do Paraná. Mais precisamente em São Miguel do Iguaçu, a poucos quilômetros de Foz do Iguaçu. A organização, segundo registros da época, roubava terras de pequenos agricultores, comprava vereadores e se envolvia com o tráfico de drogas.

A matéria faz menção sobre a relação entre o senador Blairo Maggi (PR-MT) e o diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit) e a associa ambos com a do seus pais. Pela matéria, documentos datados de 1977 definem o pai de Blairo como um elemento político integrante dos ex-partidos PTB e PSD, vereador pelo PTB, com Francisco Kontorski e Arlindo Cavalca. Durante as atividades em uma serraria, logo que chegou à cidade, teria contratado o serviço de jagunços, conseguiu ficar rico e ludibriar tomando terras do cidadão Joes Fabris.

Blairo rebateu as informações e afirmou que a pessoa citada na reportagem, como suposta vítima de grilagem de terras, foi um grande amigo da família. "Era amigo do meu pai. Eles foram amigos a vida inteira, foram vizinhos, moravam numa casa de dois andares, um de um lado, outro do outro. Além disso, foram sócios numa empresa que se chamava Fabris e Maggi LTDA. Os dois filhos desse senhor Joes trabalharam com a minha família até se aposentar, e eu liguei para eles essa semana para saber se eles tinham conhecimento de alguma coisa ao menos parecida com essa divulgada pelo jornal, e nunca ninguém ouviu falar nada”, finalizou.

Para o senador, o que tem de ser esclarecido agora é se essas informações foram deliberadamente cedidas por algum órgão de governo ou foi uma arapongagem. “Eu já disputei inúmeras campanhas e esse é o típico material bom de se usar em época de campanha por adversários”, .
 fonte: Olhar Direto.



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