ESN: 16675-080201-838850-87
Pois é, quem conseguiu ver o depoimento do diretor do Dnit (sim, diretor. Porque, apesar de ter sido afastado por Dilma, Luiz Antonio Pagot simplesmente não saiu da direção do órgão. Está “de férias”) viu um festival de ameaças veladas através da indicação do nome do ministro do planejamento como autorizador do superfaturamento.
Obviamente, a menção do nome do ministro se deu com a famosa tática da negativa. Numa clara mostra de que o PR vai jogar pesado para não perder “a boquinha” e se vingará levando às claras a participação óbvia do PT na falcatrua. A resposta dada para a pergunta feita pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) "como um projeto de R$ 220 milhões pode passar para R$ 540 milhões e que responsabilidade direta teriam o assessor da Casa Civil e o ministro do Planejamento" para procurá-lo para concordar com essa mudança de valor, deu bem o tom da disposição de Pagot e da cúpula do PR. Quando ele (Pagot) diz: "não tenho como responder sobre esses atos de terceiros, ainda que seja o ministro” e, logo depois, dispara: "Ele nunca me exigiu nem pediu nada"; referindo-se diretamente ao ministro Paulo Bernardo que era o responsável pelas autorizações finais da liberação de valores e suspeito de fazer parte do esquema como elemento de ligação do PT. Deixa bem claro que essas informações são um trunfo a ser usado futuramente.
Isso fica ainda mais evidente quando analisamos a cara-de-pau do “diretor” afastado ao ignorar sua condição “oficial” e afirmar que ainda está no cargo e que decidirá (quando voltar de férias) os rumos de sua situação no ministério. Tal arrogância, impulsionada pela direção do PR, só se explica por um poder oculto sobre as determinações da própria presidência.
E de onde viria esse poder? Das informações e do conhecimento que o PR (e o próprio Pagot) tem das negociatas e armações que explodiram no ministério dos Transportes e que arrecadaram milhões para a campanha de Dilma e do próprio PR. Logicamente, um esquema dessa magnitude não pode se instalar sozinho e a revelia das altas cúpulas. Ainda mais com as evidentes ligações entre as liberações de aditivos, autorizando o aumento dos valores, e as “doações” para as campanhas de Dilma & Cia Ltda.
Tudo fica ainda mais sinistro quando somos surpreendidos pela notícia de que o PR receberá, como consolo no caso de ser absolutamente necessário “limpar” o ministério dos Transportes, a gerência do recém-criado (justamente após a explosão da crise) “comitê especial” da comissão para fiscalizar os gastos do orçamento da União com obras da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. O que, na prática, dará ao PR a mesma chave dos cofres públicos que lhe foi garantida no Dnit. Somando-se a isso o fato de que as obras da Copa e das Olimpíadas correrão pelo tal Regime Diferenciado de Contratação – que corresponde a uma carta branca para a corrupção – a festança está garantida para o pessoal até 2016.
O mais triste disso tudo é perceber a total impotência de Dilma e a forma como a presidente é ignorada, ameaçada e posta contra a parede por qualquer “Zé Ruela” da “Base Aliada”. Infelizmente, essa fraqueza jogará por terra toda a esperança de um governo mais efetivo e menos centrado em “mirabolâncias de marketing” como foi o de Lula.
Estamos caminhando para a segunda metade do ano e o país está praticamente parado. Nenhuma votação importante se deu. Nenhum projeto relevante foi apresentado e nenhuma das reformas necessárias para corrigir os rumos de nossa nação sequer foi insinuada.
Enquanto o navio afunda, bombardeado por piratas sedentos e sanguinários; ouvimos a banda tocar um samba de uma nota só e o capitão ser amarrado e amordaçado tendo como plateia impassível e conivente a sua própria tripulação.
Pense nisso.
Fonte. Visão Panorâmica
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