quinta-feira, 21 de julho de 2011

Veja a cronologia da crise no Ministério dos Transportes

O Ministério dos Transportes enfrenta desde o início do mês acusações de corrupção que já provocaram a renúncia de Alfredo Nascimento do comando da pasta e o afastamento de diretores e funcionários que também estariam envolvidos nas irregularidades.

Veja o dia a dia da crise:


2 de julho

Denúncia da revista "Veja" sobre um suposto esquema de cobrança de propinas em obras federais da pasta menciona o nome de quatro pessoas, incluindo dois assessores diretos do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. O diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, e o diretor-presidente da Valec (estatal de obras ferroviárias), José Francisco das Neves, também são citados.



Marcelo Camargo - 31.jan.2011/Folhapress .



Alfredo Nascimento cai após denúncias de corrupção.


Segundo a revista, o esquema seria coordenado pelo secretário-geral do PR, Valdemar Costa Neto, e renderia ao partido até 5% do valor dos contratos firmados pela pasta e sob a gestão do Dnit e da Valec. Costa Neto não tem cargo na estrutura federal.



A presidente Dilma Rousseff determina o afastamento dos dois assessores e dos dois diretores citados na reportagem. Nascimento, ainda ministro, e o PR negam as denúncias.


4 de julho


O ministério exonera Mauro Barbosa da Silva, ex-chefe de gabinete do ministro, e Luiz Tito Barbosa Bonvini, assessor do gabinete. Pagot, no entanto, não é demitido, mas tira 30 dias de férias.



O governo diz que o afastamento de Francisco das Neves será examinado pelo conselho de administração da Valec.
6 de julho
Reportagem do jornal "O Globo" revela que o patrimônio do filho do ministro, Gustavo Morais Pereira, cresceu 86.500% em dois anos. O caso é investigado pelo Ministério Público Federal do Amazonas.



Nascimento não resiste e deixa o ministério. Ao pedir demissão, afirma que encaminharia à PGR (Procuradoria-Geral da República) pedido de abertura de investigação e que autorizaria a quebra dos seus sigilos bancário e fiscal.



Paulo Sérgio Passos, até então secretário-executivo da pasta, assume o posto interinamente.
7 de julho


Em meio a negociações a respeito da substituição de Nascimento, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, declara que o PR poderia indicar nomes. O senador Blairo Maggi (PR-MT) era o nome mais cotado pelo partido, mas recusa o convite, alegando questões legais por conta do envolvimento de suas empresas com o governo.


11 de julho


Lula Marques - 16.jul.2011/Folhapress
Dilma efetiva Paulo Sérgio Passos no ministério

Dilma efetiva Paulo Sérgio Passos no ministério, contrariando o interesse do PR. Apesar de ser filiado à sigla, Passos não contava com o apoio dos colegas do partido.

12 de julho


Pagot vai ao Senado prestar esclarecimentos e nega a existência de esquema de propinas do PR no ministério. No dia seguinte, ele também responde a perguntas na Câmara dos Deputados.

13 de julho


Partidários do PR, descontentes com a efetivação de Passos sem consulta prévia às bancadas da Câmara e do Senado, chegaram a ensaiar uma migração para a oposição. O movimento pareceu se acalmar quando o líder da bancada na Câmara, Lincoln Portela (MG), e o deputado Luciano Castro (RR) encontraram-se com Passos para afirmar que ele conta com apoio da legenda e das bancadas.


15 de julho



Diretor-executivo do Dnit, José Henrique Sadok de Sá --que acumulou a diretoria-geral do órgão durante as férias de Pagot-- é afastado por 60 dias após o jornal "O Estado de S.Paulo" revelar que a empresa de sua mulher teria firmado contratos com o Dnit que chegariam a R$ 18 milhões. Sadok Sá, no entanto, disse que jamais fez ingerências favoráveis à mulher.



Frederico Augusto de Oliveira Dias, que, segundo a Folha mostrou, atuaria como assessor pessoal de Pagot, também foi afastado do órgão


18 de julho



Em reunião com Dilma, ficou acertado que Passos fará uma lista com nomes técnicos para substituir os dirigentes afastados do ministério e do Dnit.



A presidente também decide afastar Hideraldo Caron, o único indicado pelo PT a um cargo de diretor no Dnit, órgão comandado pelo PR desde o governo Lula. Caron, no entanto, continua no cargo

19 de julho



Mais dois funcionários do Dnit --incluindo um afilhado de Valdemar Costa Neto--, três do Ministério dos Transportes e uma do Fnit (Fundo Nacional de Infraestrutura de Transportes) são exonerados, segundo decisão publicada no "Diário Oficial" da União.
fonte: Folha .com







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