Mais uma farra com dinheiro público na Assembléia de MT

 A divulgação do absurdo gasto de 17,5 milhões de reais em propaganda pela Assembléia Legislativa só não vira um escândalo público porque justamente este dinheiro suspeito é dividido com praticamente toda mídia local.

01/07/2011 - 15:33:00

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Por ADEMAR ADAMS

A divulgação pela Ong Moral do absurdo gasto de 17,5 milhões de reais, no ano de 2010, em propaganda pela Assembléia Legislativa, só não vira uma escândalo público, porque justamente este dinheiro suspeito é dividido com praticamente toda a mídia local.

Na verdade este gasto deveria já ter causado furor em outros espaços públicos: no Ministério Público, no Tribunal de Contas e até nas polícias Estadual e Federal. Sim, porque está no Código Penal que é crime destinar dinheiro público para finalidade ilegal.

Mas cabe também à sociedade um debate profundo sobre este assunto. A começar pelo Sindicato dos Jornalistas, os Centros Acadêmicos das Faculdades de Comunicação, a Ordem dos Advogados e por aí a fora.

A Ong Moral ainda vai encaminhar cópias dos documentos a diversas autoridades públicas para averiguação das ilegalidades e também das imoralidades. É que tem casos tão gritantes que basta uma investigação para possivelmente desvendar um mar de irregularidades.

Analisando os números, sem aprofundar muito, se vê que tem casos inexplicáveis. Começo falando do valor pago à TV Centro América. Acho um absurdo um canal de TV e um site receberem 2,62 milhões em um ano. Mas se consideramos que a verba de mídia deve ser distribuída de acordo com a audiência ou o número de jornais vendidos, o valor da TVCA seria pouco.

Vamos comparar com a TV Cidade Verde, que tem uma programação local ridícula, e audiência pífia, recebeu 1,86 milhão de reais. E aí cabe perguntar: A quem de fato pertence a TV Cidade Verde? Por que um assessor de Riva mandaria e desmandaria dentro dessa emissora? Qual a influência de Sérgio Ricardo nessa TV?

Essas indagações são necessárias, uma vez que existe suspeita sobre a propriedade da emissora. Formalmente pertenceria a um certo senhor Becare, mas como ele consegue receber tanta grana da Assembléia? Qual a mágica?

Nas rádios também é um disparate a distribuição das verbas. Porque a Jovem Pam recebeu 421 mil reais e uma certa Rádio Capital Norte recebeu 352 mil? Bem, disseram-me que a primeira é também do senhor Becare e a nortista é do deputado Dorner, do mesmo partido do Riva. Aliás, do deputado é também a TV Capital de Sinop que abocanhou mais 147 mil em 2010.

Outro escândalo é o jornal e site “O Documento” que levou 603 mil reais. E esse veículo ridículo pertence ao ex-deputado Maksues Leite, do mesmo partido de Riva.

Dos sites, com os quais Riva também é generosíssimo, o maior escândalo é o tal “Preto no Branco” (deveria se chamar “Dinheiro no Caixa”) que recebeu quase 308 mil reais. Este pertence ao geneticamente probo ex-senador tucano, paladino da moral e da ética no Senado, Antero Paes de Barros, que, não sei por que, é chamado “Pés de Barro”).

A pauta é extensa e não se pode esgotar num artigo só. Mas é preciso pedir muitas explicações ainda. Por exemplo, de quem é a Rede Médio Norte que recebeu 565 mil reais? Quantos assinantes tem o Correio Varzeagrandense que recebeu quase 330 mil reais?

Também quero saber qual o veículo da KGM que recebeu 166 reais na maciota.

O debate está apenas começando.

Lanço hoje o novo paradigma ao slogan da AL/MT:
“Assembléia Legislativa, casa cidadã – transformada em vilã”.

Fonte: Página do E