domingo, 5 de fevereiro de 2012

Educação nas mídias locais: desvalorização dos professores


José Alexandre da Silva, Observatório da Imprensa / Envolverde

A educação é uma área que desperta muitos interesses – e não me refiro ao interesse dos pais por verem seus filhos e filhas escolarizados(as). Na grande mídia, não se poupa matérias nem reportagens para se difundir os interesses de grandes grupos que também atuam no setor educacional. A visão de educação por eles difundida é extremamente utilitarista e equivocada e, mesmo sendo hegemônica, não se trata da única. Felizmente, ideias que dificilmente teriam espaço nessa grande mídia dispõem da internet para a difusão de peças como a entrevista, realizada com Miguel Sanches Neto, pelo Jornal da Manhã. O entrevistado, além de professor universitário na Universidade Estadual de Ponta Grossa, nos últimos anos vem firmando um nome respeitável na literatura brasileira.

Para Sanches Neto, nunca se deu importância à educação como no momento em que estamos vivendo. O que não significa em nosso país ela ser prioridade, ao contrário de atividades que definem a personalidade do brasileiro como “ir ao bar, jogar futebol, carnaval”. Um elemento essencial, na visão do autor, é a valorização do professor. “A condição do professor no Brasil é quase uma condição de pária social. Toda vez que você fala em professor, você fala de um indivíduo sofrido, das más condições de trabalho, de baixos salários, de atraso de salário, do desrespeito que ele sofre na sala de aula. Quando um grupo de alunos desrespeita um professor na sala de aula, não é que os alunos não sejam educados, não é que eles não gostem do professor; os alunos refletem o olhar que a comunidade tem do professor. (…) Estão dizendo (…) o que a sociedade pensa sobre ele.”
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