TOGA SOB SUSPEITA. Magistrado é denunciado por vender hábeas em MG - ZERO HORA 12/02/2012
Oito meses depois de ser preso, o desembargador Hélcio Valentim de Andrade Filho, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG), foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por suspeita de vender habeas corpus para traficantes. A denúncia foi encaminhada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, se recebida, transformará Valentim em réu.
Além dele, foram denunciadas outras 12 pessoas, entre elas o comerciante Tancredo Aladim Rocha Tolentino e o advogado Walquir Rocha de Avelar Júnior, vereador pelo PTB em Oliveira, no centro-oeste mineiro.
Valentim presidia a 7.ª Câmara Criminal do TJ-MG, mas foi afastado por decisão do STJ em junho do ano passado, durante a operação Jus Postulandi, comandada pela Polícia Federal.
Atualmente, ele responde também a processo administrativo na corte mineira.
O caso está a cargo do também desembargador Antônio Armando dos Anjos, mas, segundo a assessoria do tribunal, não há prazo para ser julgado.
Conforme reportagem do jornal O Estado de S.Paulo, Valentim teria cobrado até R$ 180 mil para conceder a liberdade a traficantes, o que fazia durante seus plantões no Judiciário mineiro.
O desembargador negociava os habeas corpus diretamente com Tolentino, segundo o subprocurador-geral da República Eitel Santiago de Brito Pereira.
A denúncia também revela que o papel de Walquir no esquema era conseguir os interessados em pagar pelos habeas corpus e receber dos familiares dos presos o dinheiro que era entregue a Tolentino, também chamado de Quêdo, para ser repassado ao desembargador.
A comerciante Jaqueline Jerônimo Silva, de Mato Grosso, cujo pai estava entre os beneficiários do esquema, conseguia parte dos “clientes”. O advogado chegou a receber dois carros de parentes de traficantes, avaliados em R$ 90 mil, como pagamento por seus “serviços”, durante as negociações.
E ainda falam que o CNJ não pode investigar juízes...
ResponderExcluir