terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Policial reafirma que disparo motivou invasão de apartamento de Eloá


E
ANDRÉ MONTEIRO
TALITA BEDINELLI
DE SÃO PAULO
 Fonte: Folha.Com
O Capitão do Gate, Adriano Giovanini, disse durante o julgamento de Lindemberg Alves, acusado de matar a ex-namorada Eloá Pimentel, que a invasão do apartamento onde a jovem era mantida em cárcere foi motivada por um disparo ouvido pela polícia.

Ontem, a amiga de Eloá, Nayara Rodrigues, que estava no imóvel no momento da invasão, disse que os quatro tiros que acertaram ela e a amiga aconteceram depois da explosão da porta do apartamento pela polícia.
Giovanini é ouvido como testemunha nesta terça-feira, o segundo dia do julgamento, que acontece em Santo André. Ele foi responsável pela negociação com Lindemberg.

De acordo com o depoimento, a polícia estava fazendo a última negociação com o réu, quando foi ouvido barulho de disparo dentro do apartamento e houve a invasão.
A defesa perguntou como a polícia escutava o que acontecia no imóvel e o capitão respondeu que os policiais colocavam copos nas paredes colados ao ouvido.
A advogada de defesa também perguntou por que os disparos que haviam sido dados antes não motivaram uma invasão do apartamento. Giovanini respondeu que, além do disparo, a última conversa com Lindemberg na negociação teve um tom de despedida, o que poderia significar que ele faria algo contra as vítimas.
Em seu depoimento, o capitão do Gate também afirmou que, durante a negociação, percebeu que Lindemberg espancava muito Eloá e desde o início dizia que ia matá-la e se matar depois.
Giovanini disse ainda que havia indícios de que o crime era premeditado. O irmão mais novo de Eloá, Everton Douglas Pimentel, 17, teria dito à polícia que antes do cárcere, em uma conversa sobre um passeio programado para um dia depois do crime, Lindemberg teria afirmado que o passeio não aconteceria. "Vocês não vão. Você vai ver que vocês não vão.
"
O policial também falou sobre a volta de Nayara ao apartamento, um dos momentos mais polêmicos do caso. Segundo ele, não era para ela ter entrado novamente no imóvel e houve "excesso de confiança" da polícia em Nayara.
A advogada de defesa, Ana Lúcia Assad tentou por duas vezes perguntar ao capitão se o trabalho da imprensa havia atrapalhado a polícia. As duas perguntas foram negadas pela juíza Milena Dias, após pedido da promotoria.
André Monteiro/Folhapress
Plenário onde ocorre o julgamento de Lindemberg Alves Fernandes em Santo André, na Grande São Paulo
Plenário onde ocorre o julgamento de Lindemberg Alves Fernandes em Santo André, na Grande São Paulo

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