Luis Nassif, CartaCapital
“O Procurador-geral da República, Roberto Gurgel, deve explicações ao País. Mais do que nunca, deve explicações. Duas explicações, aliás.
A primeira sobre os motivos que o levaram, em 2009, a abortar a Operação Las Vegas, da Polícia Federal. A operação investigava o jogo de bicho em Goiás. Precisou ser interrompida quando as escutas identificaram conversas do senador Demóstenes Torres (sem partido-DF) e do governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB). Como possuem foro privilegiado, só poderiam ser grampeados com autorização do STF (Supremo Tribunal Federal).
O pedido foi encaminhado pelo juiz de primeira instância e pelos responsáveis pela operação a Gurgel. Recebendo, cabia-lhe dois caminhos: ou arquivava ou dava seguimento.
Não fez uma coisa nem outra. Não encaminhou e, a pedido da própria Polícia Federal, também não arquivou. Sentou em cima.
A explicação de Gurgel não convenceu um especialista sequer. Alegou ele que não encaminhou a denúncia para permitir que as investigações fossem aprofundadas. Ora, se pretendesse aprofundamento das investigações, teria solicitado à PF.
Não o fez. Criada meses depois do congelamento da Las Vegas, a Operação Monte Carlo surgiu em decorrência de investigações do Ministério Público Estadual de Goiás, não de providências solicitadas por Gurgel.”
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Fonte: Brasil Brasil
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