terça-feira, 27 de setembro de 2011

Amigos de estudante querem que dono de pizzaria seja responsabilizado e questionam postura da universidade

Da Redação - Julia Munhoz.


Foto: Julia Munhoz/ODEstudantes da Guiné-Bissau participam de ato na UFMTEstudantes da Guiné-Bissau participam de ato na UFMT
Indignados, estudantes e amigos do ex-aluno da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Toni Bernardo da Silva, 27 anos, morto por espancamento na quinta-feira (22) na pizzaria Rola Papo, em Cuiabá, creditaram à instituição e ao proprietário do estabelecimento parte da responsabilidade pela morte do colega.

Para os amigos de Toni o proprietário da pizzaria, por estar no local, teria sido omisso ao ver ele sendo agredido pelos policiais militares e o empresário e não tentar impedir. Quanto a UFMT, eles acreditam que a instituição teria se isentado da responsabilidade de deportar o estudante quando foi constatado seu problema com as drogas, simplesmente o desligando do quadro de alunos.

“A gente se pergunta por que não acompanhar o processo de deportação? O Toni não foi desligado da universidade por burocracia, mas sim por emocional. Ele foi desligado por motivo de saúde pública”, afirmou o estudante Ernani Enesto Dias, que também é da Guiné-Bissau e veio para o Brasil juntamente com os demais estudantes que fazem parte do Programa de Estudantes – Convênio de Graduação.

Ernani foi o único amigo de Toni que se manifestou na tarde de hoje durante o ato de repúdio realizado na UFMT. Ele falou apenas durante discurso e os demais colegas optaram por não falar com a imprensa.

Toni foi assassinado quando teria abordado um casal no restaurante para pedir R$ 10,00. Segundo a Polícia Civil, ele sentou na cadeira ao lado e começou a se aproximar da namorada do rapaz. Em seguida tentou agarrar a moça, sendo contido pelo companheiro, Sérgio Marcelo Silva da Costa, 27 anos, que teria entrado em lutar corporal com o rapaz.

Outros dois clientes do restaurante anunciaram ser policiais militares, imobilizaram o estudante e depois os três passaram a desferir socos e pontapés. Os policiais Higor Macell Mendes Montenegro, 24, e Wesley Fagundes Pereira, 24, foram autuados no flagrante e ouvidos na presença de um representante da Corregedoria da Polícia Militar. Os três acusados disseram que apenas imobilizaram a vítima.

Um laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) apontou como causa da morte asfixia decorrente de uma fratura na traquéia. O delegado Antonio Esperandio aguarda o resultado de exames toxicológico, alcoolemia e necropsia, para confirmar se Toni estava sob efeito de drogas ou embriagado.
Fonte Olhar Direto

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