quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Cúpula da Segurança de MT será convocada pelo Congresso a explicar morte de estudante

O senador Jayme Campos (DEM-MT) anunciou que vai apresentar requerimento na Comissão de Direitos Humanos do Senado para que o secretário de Segurança Pública, Diógenes Curado Filho, e o comandante da Polícia Militar, coronel Osmar Lino Farias, prestem esclarecimentos sobre o assassinato do estudante africano de Guiné-Bissau, Toni Bernardo da Silva.

Toni foi assassinado na noite da quinta-feira da semana passada, dia 22, por dois policias militares e um empresário, filho de um delegado de Polícia de Cuiabá. Espancado por vários minutos, Toni teve a traquéia rompida, determinando a sua morte.  Os envolvidos na morte do estudante estão detidos no presídio de Santo Antonio de Leverger, a 28 quilômetros de Cuiabá
Jayme Campos recebeu nesta quarta-feira, 28, o diretor da Associação dos Estudantes de Guiné-Bissau na Universidade de Brasília, Muamar Diniz Cerqueira, e o jornalista João Negrão, da coordenação da União dos Negros pela Igualdade do Distrito Federal (Unegro-DF) e da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-DF). A ele foi entregue uma documento relatando o caso e pedindo apoio para que a apuração seja rigorosa e os criminosos punidos.
O senador mato-grossense, que é membro da Comissão de Direitos Humanos do Senado, disse que já vinha acompanhando o caso e manifestou sua  indignação. “Não se pode matar uma pessoa, ainda mais por um motivo fútil e da forma tão brutal como fizeram com esse estudante”, disse Jayme Campos. “Vamos acompanhar o caso e exigir rigorosa apuração e punição dos culpados”, agregou.

Jayme manteve no mesmo dia contato com o senador Paulo Paim (PT-RS) para discutir o assunto. Antes, pela manhã, o senador gaúcho já havia recebido representantes dos estudantes de Guiné-Bissau e do movimento negro de Brasília e nacional, entre os quais a Unegro, Cojira, Frente Nacional Quilombola e a Coordenação de Entidades Negras (CEN).
Paulo Paim disse que enviará ofício ao governador de Mato Grosso solicitando informações sobre o caso, bem como a apuração do crime. “Vamos acompanhar de perto esse caso. Como outros, tem indícios de crime de racismo e xenofobia”, afirmou Paim, acrescentando que pedirá também esta linha de investigação.
Ainda na quarta-feira, o grupo de representantes dos estudantes de entidades do movimento negro de Brasília participou de audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDH) da Câmara dos Deputados. Lá foi entregue o documento denunciando o assassinato do estudante guineense e pedindo o acompanhamento do caso pelo parlamento brasileiro às deputadas Manuela Dávila (PC do B-RS) e Keiko Ota (PSB-SP).
Manuela é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara dos Deputados. Keiko, além de membro desta mesma comissão, é presidente da Frente Parlamentar de Defesa das Vítimas de Violência. “Infelizmente a maioria das vítimas da violência, sobretudo a policial, tem sido jovens negros”, lamentou Keiko Ota. “Vamos acompanhar para que este caso não fique impune”, acrescentou.

Na terça-feira. 27, o deputado Luiz Alberto (PT-BA)  disse que pedirá a federalização da investigação e julgamento do assassinato do estudante Toni Bernardo. “Se os assassinos são policiais e filho de policial, podemos colocar sob suspeição as investigações. Além do mais, trata-se de um estrangeiro. Por isso vou fazer a solicitação para que o crime seja investigado ou pelo menos acompanhado pela Polícia Federal”, afirmou o parlamentar baiano.
Nesta quinta-feira (29.09), os representantes das entidades vão ser recebidos em audiência pelo deputado Márcio Marinho (PRB-BA), presidente da Frente Parlamentar de Defesa dos Países Africanos.

Fonte 24 Horas News
 
 

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