O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Luiz Antônio Pagot, é alvo de procedimento de investigação no Ministério Público Federal, no Distrito Federal, pelos crimes de compunção, corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e improbidade administrativa. As solicitações foram feitas pelo senador Pedro Taques (PDT) e deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Como Pagot não ocupa cargo com foro privilegiado, o pedido de investigação foi remetido para a Procuradoria de primeira instância.
Em 28 de agosto, ao final do depoimento do ex-diretor-geral, Lorenzoni disse que Pagot acabara de admitir uma série de crimes, entre eles o de pedir doações para a campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff (PT). “Pagot foi atrás das empresas e, na minha visão, achacou, porque quem vai negar a contribuição para o diretor-geral do Dnit, se a empresa presta obra para o Dnit? É evidente que ele se valeu do cargo”, avaliou o democrata.
No depoimento, Pagot disse não acreditar que o ato fosse irregular. “Pedi porque acreditava que poderia contribuir para a continuidade do governo, porque achei que não estaria cometendo nenhuma ilegalidade”, afirmou na ocasião. Cabe agora ao MPF investigar as suspeitas e remeter os supostos indícios de irregularidades à Justiça Federal, se for o caso. O pedido de Lorenzoni foi incluído na solicitação já protocolada por Taques em 4 de junho. No documento, o pedetista pede que o MPF ouça o ex-diretor geral sobre as declarações de que possui "informações relevantes” do Caso Cachoeira.
Segundo Taques, o trabalho da Polícia Federal, em conjunto com a CPMI no Congresso, revelara que havia conexão entre as obras tocadas pelo Dnit, a Construtora Delta e o grupo do contraventor Carlinhos Cachoeira. O senador ressalta que apenas o Dnit, autarquia ligada ao Ministério dos Transportes, efetuou pagamentos da ordem de 2,75 bilhões à empreiteira, no período de 2009 e 2011.
Na representação, Taques também citou a entrevista concedida à revista IstoÉ, na qual Pagot denuncia a formação de caixa dois em favor do PT e do PSDB. Contudo, ao prestar o depoimento, o ex-diretor-geral sustentou que teve as declarações alteradas pelo jornalista responsável pela matéria. “Foi uma conversa de buteco”, esquivou-se à época, ao ser indagado sobre a reportagem.
Fonte CenarioMt
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quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Pagot é alvo de investigação no Ministério Público do Distrito Federal
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