segunda-feira, 12 de março de 2012

23 mulheres foram ouvidas sobre abortos durante operação da PF

De Barra do Garças - Ronaldo Couto

Vinte e três mulheres acusadas de prática de aborto foram ouvidas pela Polícia Federal em Barra do Garças durante a Operação Pró-Vita, que resultou na prisão de nove pessoas e duas outras foragidas. As mulheres foram conduzidas coercitivamente para esclarecer como ocorreram os procedimentos de curetagem, normalmente feitos depois de abortos.

O delegado federal Edvaldo Waldemar explicou que aquelas que confirmarem terão direito à delação premiada, inclusive com redução de pena e auxiliando a Justiça detectar os responsáveis por essa série de abortos que estaria ocorrendo em clinica particular ou até mesmo no hospital municipal de Barra do Garças.

A PF chegou a essas mulheres após interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça ao longo da investigação.

“Algumas mulheres estão confirmando e outras negam. Aquelas que confirmarem terão a pena reduzida se assim o Ministério Público também entender”, explicou o delegado.

As vinte e três mulheres tiveram contato com os investigados após a Polícia Federal (PF) entrar no caso em maio de 2011. A denúncia foi formulada pelo ex-diretor do Pronto Socorro de Barra do Garças Messias Dantas, após desconfiar do alto número de curetagens (procedimentos feitos para limpar clinicamente o sistema reprodutivo feminino) nos finais de semana e feriados.

O médico Orlando Teixeira Alves e a enfermeira Marlene Rodrigues dos Passos estão entre os investigados e foram presos ao lado de mais sete donos e atendentes de farmácia que estariam comercializando remédios contrabandeados para emagrecer, estimulantes sexuais e até mesmo abortivos.

Durante a operação, medicamentos como Cytotec (usado clandestinamente como abortivo) foram encontrados dentro da clinica do médico Orlando, juntamente com instrumentos médicos, dentro de uma geladeira.

O médico Orlando era proprietário da clínica em Goiânia-GO, de onde roubaram, em 1987, uma peça com Césio 137 que foi aberta num lixão e causou o maior acidente radioativo do país, matando várias pessoas e deixando sequelas em dezenas.

Também foram presos na região, na mesma operação: em Canarana, Luiz Antonio Pereira, 55 anos; em Ribeirão Cascalheira, o cabo militar José Luiz Bezerra Braga, 45 anos, pego em flagrante recebendo uma cartela de Cytotec, segundo Água Boa News.
Fonte: Olhar Direto

Nenhum comentário:

Postar um comentário