domingo, 14 de março de 2010

Cancelada posse de novo delegado para Lucas do Rio Verde

Joacir Batista, de Sinop, iria assumir a função na próxima quarta-feira, 17, mas com a decisão quem continua no comando é Marcelo Toracks.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado cancelou a posse do delegado que assumiria a função em Lucas do Rio Verde, Joacir Batista dos Reis, que comanda o Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) de Sinop.

Com isso, quem continua no comando da Polícia Civil em Lucas é o delegado do município de Tapurah (110 km de Lucas), Marcelo Toracks. Já o antigo delegado, Flávio Stringuetta, deverá ser transferido para a corregedoria ou a delegacia fazendária de Cuiabá, porém a confirmação só deverá ser divulgada no próximo dia 24.

Especulações
Não há, até o momento, informações oficiais sobre o real motivo da decisão da Secretaria de Segurança Pública, mas especulações dão conta de que Reis estaria sendo investigado pela Polícia Federal.

Leia na íntegra matéria veiculada pelo jornal Diário de Cuiabá, edição de 21 de julho de 2009, que trata do assunto.

OPERAÇÃO VOLVER
Policiais civis são investigados no caso

Um delegado e um escrivão são citados de forma suspeita em conversas telefônicas com as advogadas acusadas de envolvimentos com tráfico de drogas

Dois servidores da Polícia Civil estão sendo investigados e serão intimados pela Polícia Federal (PF) para prestar esclarecimentos sobre indícios de envolvimento com as advogadas presas durante a Operação Volver, que desarticulou uma quadrilha de tráfico interestadual de drogas. Ambos, um delegado e um escrivão, são citados em conversas telefônicas interceptadas dos supostos integrantes do bando. A Delegacia de Polícia Federal de Cáceres tem o prazo de 30 dias para concluir o inquérito.

Um dos citados nos diálogos é o delegado Joacir Batista dos Reis, que atuou na Delegacia de Cáceres entre fevereiro de 2003 e o início de 2009. Agora ele é o titular da unidade municipal de Sinop. O nome de Joacir surge em uma conversa entre a advogada Lucy Rosa da Silva e o escrivão de polícia Denílson Braz de Souza.

Um telefonema do dia 30 de dezembro de 2008 entre Lucy e Braz revelou que a advogada lhe entregaria um “presente”. A advogada fala sobre o período em que o delegado responsável pela unidade ficará de recesso e reforça a necessidade do titular resolver a liberação de uma caminhonete antes da folga.

No trecho de outra interceptação telefônica, esta entre Lucy e um interlocutor chamado “Igor”, ela fala que consegue tudo com os agentes públicos. “Ó cara, pra mim, eu não tenho o que reclamar nem dele (Braz), nem de doutor Joacir. Tudo o que eu peço dele, pode até demorar, tá entendendo? Mas eu consigo, porque eu sou muito legal com eles também”, falou a advogado durante o diálogo.

Apesar de não haver telefonemas entre a advogada e o delegado, a Polícia Civil afirmou que levantaria informações sobre o inquérito com a Polícia Federal para analisar a necessidade de instauração de um procedimento administrativo para apurar possíveis irregularidades.

Já a ligação com o escrivão é mais clara. Um trecho de uma conversa entre a advogada e Braz mostra que ele indicava clientes em potencial para ela, quando davam entrada na delegacia, e retardava procedimentos de rotina para colaborar com Lucy. A advogada tinha acesso ao Infoseg, sistema de dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) de acesso restrito a investigadores e delegados.

A advogada foi presa pela segunda vez na quinta-feira passada, mas por força de um habeas corpus do desembargador Teomar Correa, obteve liberdade ontem à noite. O magistrado reforçou, na decisão, a ausência de indícios de prática de crimes que motivasse a segunda prisão.
O delegado Joacir disse, ao telefone, que só manteve com as advogadas citadas na denúncia relações estritamente profissionais.

Fonte: expressomt

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