segunda-feira, 29 de março de 2010

Desembargador revela que servidora envolvida em esquema ilegal continua trabalhando no TJ



Escândalo no TJ: Perri denuncia servidora
"Ninguém comete erro maior do que não fazer nada porque só pode fazer um pouco." (BURKE, Edmund)
Por CAROL SANFORD

Em meio aos escândalos do Judiciário mato-grossense, o ex-corregedor do Tribunal de Justiça Orlando Perri denuncia que a servidora Cácia Pereira de Senna, envolvida no esquema de pagamentos ilegais de créditos a magistrados, continua lotada como funcionária doTJ. Senna trabalhava no setor de pagamentos dos magistrados e, segundo a auditoria contratada por Perri e o expresidente Paulo Lessa, era a responsável pelo repasse dos créditos ilegais à maçonaria.

Perri conta que ela foi afastada formalmente do TJ, mas recorreu da decisão e o processo sumiu. “Não tenho ideia de onde está esse processo, nunca mais vi”, disse o desembargador. O envolvimento da servidora foi confirmado através da investigação feita pela Velloso

& Bertollini que comprovou o desvio dos recursos do TJ para uma loja maçônica, e que culminou com a condenação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em aposentar compulsoriamente dez magistrados.

Perri disse que quando assumiu a Corregedoria ficou encarregado de fazer uma investigação sobre o pagamento de créditos a magistrados, a pedido de Lessa. No curso dessa investigação recebeu o depoimento da juíza Graciema Caravellas, que confirmou ter recebido o pagamento ilegal, em 2005, mas argumentou que fez o estorno dos valores a pedido de outro juiz, Marcelo de Barros.

Segundo Caravellas, o juiz a procurou dizendo que o dinheiro tinha sido depositado por engano em sua conta e, no dia seguinte, a magistrada foi procurada pela servidora Cácia Senna para fazer o estorno. Caravellas contou a Perri que não sabia que os valores foram depositados numa conta do banco Sicoob, pertencente à maçonaria. Ela chegou a procurar a servidora porque achou injusto pagar impostos por conta de erros do setor, mas nunca teve os valores ressarcidos.

Perri então pediu a contratação da empresa de auditoria, que comprovou a participação da servidora no esquema. “Nós a afastamos, mas ela recorreu e continua lá”, denunciou o ex-corregedor. O CNJ condenou os magistrados pelo desvio de R$ 1,4 milhão dos cofres do Judiciário. Os magistrados punidos foram: desembargadores José Ferreira Leite, José Tadeu Cury e Mariano Alonso Travassos, e os juízes Marcelo Souza Barros, Antonio Horácio da Silva Neto, Irênio Lima Fernandes, Marco Aurélio dos Reis Ferreira, Juanita Clait Duarte, Graciema Ribeiro Caravellas e Maria Cristina Oliveira Simões.

Fonte: Folha do Estado

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