terça-feira, 9 de março de 2010

Casa de promotora é alvo de atentado







Representante do MPE na cidade, Fabiana Silva teve a casa alvejada, além de uma bomba de fabricação caseira ter sido encontrada no local
Divulgação/MPE

Promotora está trabalhando sob segurança de policiais do Gaeco, cujo chefe pediu à Sejusp delegado para caso

ALECY ALVES
Da Reportagem

A promotora criminal de Lucas do Rio Verde, Fabiana da Costa Silva, 34 anos, que teve a casa atingida por dois tiros e uma bomba de fabricação caseira na madrugada de domingo, está trabalhando sob escolta de três investigadores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

Ontem pela manhã, o promotor Sérgio Silva da Costa, do Gaeco, informou que esteve em Lucas (a 354 quilômetros de Cuiabá) para acompanhar a perícia, feita por peritos da Polícia Civil de Sinop, e levantar informações sobre as causas e autoria do atentado.

Costa confirmou que a residência da promotora foi alvo de tiros. Um dos projéteis atingiu a porta principal e o outro, um pilar que fica praticamente na direção da mesma porta. Além disso, na parte da frente da moradia havia uma garrafa com produtos inflamáveis, um deles, supostamente, querosene.

Ontem, o procurador Paulo Prado, chefe do Gaeco, pediu ao secretário de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), Diógenes Curado Filho, que designe um delegado especialmente para apurar o caso porque o município de Lucas está sem delegado.

Há uma semana, desde a saída do delegado Flávio Henrique Siqueira, os moradores contam apenas com as visitas do delegado de Tapurá, que precisa se deslocar pouco mais de 100 quilômetros para atender as questões emergências da polícia.

Até a tarde de ontem, a delegacia desconhecia oficialmente o atentando à casa da promotora. Sem registro de queixa pela promotora, os policiais consultados pela reportagem por telefone disseram que sabiam por declarações de terceiros.

Já o promotor Sérgio Silva da Costa disse que não poderia adiantar nada sobre as investigações. Ele se limitou a informar que está analisando as prioridades de atuação da promotora, uma espécie de plano de trabalho traçado com base no número e importância dos casos sob sua responsabilidade.

Lotada na comarca de Lucas do Rio Verde há seis meses, Fabiana Silva é promotora do Ministério Público Estadual desde abril de 2004. Em 2008, trabalhando como promotora eleitoral em Juína, Fabiana teve uma atuação forte contra a divulgação de pesquisa de intenção de votos fora do prazo legal. Ela chegou a multar um partido em mais de R$ 50 mil.

Ainda em Juína, Fabiana Silva atuou contra a extração e comércio ilegal de madeira junto com órgãos ambientais. A ação resultou na apreensão de mais de 400 caminhões de madeira, autuação de 16 madeireiras e emissão de R$ 5 milhões em multas. Ela também elaborou projeto de aproveitamento da madeira ilegal na construção de pontes, casas populares, abrigos de ônibus e móveis para entidades de assistência social.

Ontem à tarde, chegou a circular informações sobre a suposta identificação dos autores do atentado, mas nem o Gaeco e tampouco a polícia confirmaram.

fonte: Diário de Cuiabá

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