sábado, 27 de março de 2010

ESTE FOI MAIS UM MARCO DA PARTICIPAÇÃO POPULAR EM LUCAS DO RIO VERDE.

Protesto

Sessão da Câmara de Lucas do Rio Verde é marcada por protestos

Servidoras fazem protesto e se sentem ameaçadas por discursos de vereadores

Servidoras públicas municipais indignadas foram protestar contra a implantação da verba indenizatória pleiteada pelo legislativo municipal para custear despesas com celular, combustível, dentre outros gastos. As mulheres compareceram na sessão da Câmara Municipal, na noite de ontem, 22/06, munidas com cartazes que expressavam o sentimento da classe que teve aumento recente de 5% em seus salários.

A servidora Marli Andrade, merendeira, concursada há três anos, diz que decidiram fazer o protesto porque não acha justo o adicional de quase 120%. “É justo isso? O que eles estão pedindo é justo? Quando nós recebemos um aumento de apenas cinco por cento eles chegarem a 120%?”, questiona a merendeira que recebe um salário bruto um pouco maior que R$ 600,00, e é mãe de cinco filhos.

Marli diz que para ter um adicional em seu salário faz bico (serviço fora do expediente) e se refere indignada aos R$ 2.762,76 que os vereadores devem receber se o executivo sancionar o projeto de lei nº 19, além do atual salário que é de R$ 2.358,00.

Já Maria Dalva de Oliveira, professora da rede municipal há 18 anos, diz que os professores tiveram um aumento de 20% dividido em duas parcelas, 10% para receber em junho e os outros 10% em janeiro de 2010. “E agora vem essa questão de verba indenizatória para os vereadores! Nós achamos um desrespeito, não só com o funcionário público, mas com toda a sociedade”, diz Dalva.

Ela diz concordar que eles devem receber mesmo uma boa remuneração, mas que este percentual seja de acordo com aquilo que foi dado para o funcionalismo público porque a justiça tem que ser para todos, e acrescenta: ”que igualdade é essa? Pra eles mais e pra nós menos?”, questiona a professora.

Com relação à justificativa da verba Maria Dalva diz acreditar que o legislativo já é beneficiado com adicionais por meio de diárias e outros benefícios que a lei já garante a eles.


“Essa verba é para indenizar o quê? Pra quê? Por quê? Não tem sentido, nem justificativa. Por mais que digam que isso não é aumento, é uma forma de aumento sim, porque vai cair na conta deles e beneficiá-los direta ou indiretamente”, comenta Dalva.


Ao contrário do que diz sobre o conceito da sociedade sobre o trabalho dos vereadores a professora comenta que sabe que o vereador trabalha, e trabalha muito. Porém ela diz que eles sabem que foram eleitos para trabalhar, para defender a população e não para humilhar a população e nem ameaçar a população. De acordo com Maria Dalva hoje eles fizeram isso em seus discursos.

“Saiu gente daqui hoje quase chorando pelas indiretas que estavam sendo dadas e esse não é o papel de um legislador não. Hoje eles disseram que iam reaver terrenos que estão virando reduto de bandidos porque estão inacabados. Eu me senti ameaçada por que temos uma associação de mulheres que tem um CNPJ e que é a obra está inacabada por falta de recursos”, comenta.

Dalva diz que a sede da Associação de Mulheres está precisando de portas, mas não consegue recursos para acabar a obra que foi construída em terreno doado pelo poder público. De acordo com a lei local existe uma regulamentação para obras em terrenos doados que tem prazo para ser executada.


Fonte: ExpressoMT/Cleide Dantas

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