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sexta-feira, 5 de março de 2010
AONDE VAIS?
Aonde vais,
Gigante pela própria natureza?
Hospedeiro do desatino
Retrato da incerteza?
Roubam-te as vestes,
Sugam-te o sangue verde e amarelo...
Até quando?
Até quando será permitido
Que emudeçam teus cantos e encantos?
Pois se é pálido susurro
A voz desse teu povo
Triste é o langor
Do Uapixana, macuxi, atroari
E tantas outras raças
Que vieram a sucumbir.
Aonde vais,
Impávido colosso?
Tranportado há tantas décadas
Às plagas de Norte América.
Rico solo, densa floresta
Vai morrendo pouco a pouco
E bem pouco é o que nos resta.
Teu sorriso que espalhava tua grandeza,
Hoje só lágrima do medo,
Da vergonha e da incerteza.
Calvário penoso
Fruto da ignorância,
Do descaso, do desmando e da ganância
Aberração patente de quem ergue
Outra bandeira.
Triste sina do que fomos,
Do que somos.
Sub Mundo, Terceiro Mundo...
Aceitas sinonímias as mais pejorativas
E estás sempre parindo
Parindo filhos pros outros
Como se fosses filho da outra.
E assim serás,
Até que morras pequenino
Pois do teu povo heróico
O brado é retardante
Não ressoa e morre na garganta
Como pássaro engaiolado
De tão triste já não canta.
Aonde vais,
Gentil Pátria amada?
Sepultar teus heróis
Que morrem antes de nascer?
Pois no ventre desnutrido
Da mãe solteira
É inglória a luta para sobreviver
E é selado o destino do embrião:
Se acaso nasceres
Vai ganhar teu pão
Roubando e matando de armas na mão.
Aonde vais,
Pátria amada, idolatrada?
Se são bastardos
Os filhos deste solo
Do qual és mãe.
Aonde vais,
Se o sol da liberdade
Já nem raios tem?
Se é isso,
Que para os grupos dominantes
E de elite
É o que convém,
Aonde vais?
Com este triste e vergonhoso perfil
Ó gentil, Pátria amada
Brasil?
*A poesia infra foi publicada em 1988 no conjunto da obra: livro "Aonde Vais?" do escritor, Imortal Adail Maduro Filho, pela Editora Bezerra de Menezes. Boa Vista/RR.
Fonte: bolg antonio cavalcante
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