Trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão em duas carvoarias de Itanhangá, MT

Trabalhadores do Maranhão são resgatados de carvoarias de MT.
Eles não receberam e estavam devendo R$ 3 mil a fazendeiro.

Os nove trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão em duas carvoarias de Itanhangá, localizada a 447 km de Cuiabá, fecharam um acordo nesta quarta-feira (15) com os proprietários das empresas. A reunião durou todo o dia de hoje com a supervisão de auditores do Ministério do Trabalho.

O resgate ocorreu quando os fiscais estavam monitorando diversas carvoarias do município nesta terça-feira (14). Além do pagamento dos salários, ficou estabelecido que os donos das carvoarias também paguem as passagens de retorno dos trabalhares para o Maranhão, local de origem deles.

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Agora os auditores querem marcar uma nova audiência para que o trabalhadores recebam o que foi acordado, mas depende ainda de uma definição da empresa para a nova reunião.

Fiscalização 
Os trabalhadores estavam sem carteira assinada e em condições precárias de trabalho. O grupo alegou que havia feito um acordo com o dono da carvoaria para receber
R$ 18 por metro produzido de carvão, mas que em 45 dias não houve pagamento.

"Aqui a gente paga tudo, até comida nós devemos pagar, pois recebemos a informação de que já devemos R$ 3 mil. Se ficarmos aqui mais algum tempo vamos ficar devendo cerca de R$ 10 mil e não teremos mais condições de ir embora. Daí, nunca conseguiremos ir para o Maranhão", afirmou Antônio dos Reis, um dos carvoeiros resgatado.

Trabalho degradante
A legislação permite uma jornada de trabalho entre as 6h e 18h, sendo que uma hora deve ser destinada para o almoço ou descanso. O trabalho análogo à escravidão acontece em determinadas situações: quando não há o compromisso com o que foi prometido e quando o contrato não é feito por escrito, como também em jornadas de trabalho exaustivas e condições degradantes que colocam em risco a integridade física das pessoas.

Fonte G1