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Da Reportagem
Nove empresas em cinco cidades de Mato Grosso foram autuadas pelo Exército durante o primeiro dia de trabalho da Operação Pedreira. Deflagrada pelo Comando Militar do Oeste (CMO), a força-tarefa tem o objetivo de fiscalizar as condições de armazenamento e utilização de explosivos no Estado para identificar eventuais desvios do material para organizações criminosas.
As autuações foram realizadas em Colíder, Peixoto de Azevedo, Tangará da Serra, Cuiabá, Várzea Grande e Sinop. Nesta última, houve duas interdições, porque as empresas não estavam autorizadas a manusear material inflamável. As irregularidades serão investigadas pela Sessão de Fiscalização de Produtos Controlados da 9ª Região Militar, em Campo Grande.
Conforme o major José Márcio Figueiredo, chefe de operação na região Norte, que abrange um total de 17 cidades, a principal falha detectada é o trânsito de produtos perigosos por empresas que não têm autorização para isso. Ele pondera, no entanto, que os casos não são graves, porque se referem a empresas que terceirizaram o serviço.
“Percebe-se que é só uma questão de pressa. A empresa é responsável pela obras, terceiriza o serviço, mas acaba não esperando que a contratada venha fazer por causa do prazo”, explica.
Esta é a primeira operação do tipo no país. O projeto teve início por Mato Grosso, segundo o major, porque foi identificado um aumento nos casos de ataques a caixas-eletrônicos com explosivos no Estado. Conforme levantamento do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (SEEB-MT), até o início da semana 58 casos foram registrados no Estado, 25 deles com o uso de explosivos.
Figueiredo afirma haver a possibilidade de identificar a origem das bombas pelos vestígios nos locais dos crimes. “Se ficar constatado que o explosivo pertencia a determinada empresa, os proprietários são responsabilizados”. Entre as punições aplicáveis às companhias, está a cassação do registro pelo período de dois a cinco anos.
Embora reconheça haver a possibilidade de extravio de explosivos diante das irregularidades detectadas até agora pela operação, o major pondera que os desvios mais comuns ocorrem durante o processo de utilização.
“Quando o engenheiro da obra calcula uma determinada quantidade de material necessário para a implosão, mas o funcionário responsável pela detonação usa um volume inferior”. Figueiredo afirma que até o momento não foram identificados casos deste tipo em Mato Grosso.
Ele tranqüiliza a população garantindo que a quantidade de casos de extravios no país é pequena em relação ao volume de explosivos em circulação. “Para a sociedade, é claro que assustam muito esses ataques a caixas-eletrônicos, mas estatisticamente menos de 0,5% dos produtos controlados acabam desviados”, afirma.
Fonte O Diário de Cuiabá
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