sábado, 23 de junho de 2012

"A questão não é o torturador, é a tortura", diz Dilma sobre agressões


A TORTURA A ESTELA »Presidente se emociona ao relembrar o passado e diz que não vê problemas em identificar os torturadores do regime militar

Publicação: 23/06/2012 08:00 Atualização:
 (Evaristo Sa/AFP)


Rio de Janeiro — No último dia da Rio+20, a presidente Dilma Rousseff deu uma pausa nas discussões do futuro do desenvolvimento sustentável e voltou ao passado. Ao comentar a série de reportagens do Correio/Estado de Minas sobre as agressões sofridas em Juiz de Fora (MG) no período da ditadura militar, Dilma decidiu falar sobre o tema. Na avaliação da presidente, a “questão não é o torturador, é a tortura”. “Uma das melhores coisas que aconteceram é não me fixar nas pessoas”, completou.

A presidente começou a falar sobre as agressões fazendo uma defesa do fim da tortura ainda existente no Brasil. “Venho dando depoimentos ao longo da minha vida. Alguns te asseguro, muito difíceis. E esse país evoluiu muito. E tem que evoluir mais porque os depoimentos difíceis têm que ser eliminados em todas as esferas, inclusive na atividade da polícia, em geral”, disse a presidente.

A defesa do fim da tortura abriu uma longa declaração de Dilma sobre o tema, na qual abordou também o depoimento dado ao Conselho de Direitos Humanos de Minas Gerais, em 2001, publicado no último domingo com exclusividade pelo Correio/Estado de Minas. Ao falar desse assunto, a maneira incisiva com que ela se pronuncia deu lugar à emoção e a um tom mais pessoal. “Eu acredito, vou te dizer assim com sinceridade. Eu entendo o interesse de vocês, sou presidente, e afinal de contas, vocês quererem saber o que aconteceu comigo é um interesse legítimo. Agora, em geral, posso lhes dizer o seguinte: algumas das figuras que me torturaram não tinham nomes verdadeiros. Há, vamos dizer, elocubrações”, disse a presidente.

FONTE; CORREIO BRASILIENSE

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