sábado, 16 de junho de 2012

Pedro Taques vive sua primeira 'encruzilhada política' após vencer as eleição de 2010



Da Editoria - Marcos Coutinho
Eleito com um discurso em favor da ética, da coerência e por rumos mais moralizantes no meio político, o senador José Pedro Taques (PDT) vive sua primeira 'encruzilhada na política' pós-eleição e já não esconde sua insatisfação pessoal em ter que apoiar o candidato a prefeito do PSB, o empresário Mauro Mendes (Bimetal), em decorrência das articulações do socialista por alianças com o PR e PMDB, partidos contra os quais aambos os dois se insurgiram duramente no pleito geral de 2010.

Ao obstar a reaproximação de Mauro Mendes com as trupes republicanas e peemedebistas, Taques deixa claro que não quer "trair" seu discurso e tampouco abrir seus flancos para críticas de seus adversários políticos. Ou seja: quer se manter o mais coerente possível, algo que na política nacional, em todos os níveis, infelizmente, é muito difícil de se cumprir. As nuances entre esquerda e direita são muito tênues e frágeis, mas é nesse limpo que Taques quer se manter.

Nos bastidores do utópico movimento Mato Grosso Muito Mais, ele tem externado aos líderes políticos mais próximos o seu descontamento e ainda que, além da incoerência, Mendes pode forçá-lo a um isolamento político. Não obstante, Taques também reconhece que a ajuda do empresário Mauro Mendes foi preponderante no pleito passado, do qual ele saiu senador da República, mas isso não significa aceitar passivamente uma aliança com PR e PMDB, em nível estadual.

Ex-procurador da República, José Pedro Taques entrou para a história e ganhou projeção nacional e internacional quando conseguiu, juntamente com o Ministério Púbico Estadual (MPE), a Polícia Federal e a Justiça Federal (leia-se Julier Sebastião da Silva), a prisão do 'comendador' João Arcanjo Ribeiro, considerado um dos capos do crime organizado em Mato Grosso.

Preso hoje em Campo Grande, Arcanjo mandava e desmandava em Mato Grosso e tinha, segundo o MPF, delegados, agentes policiais, oficiais da Polícia Militar de Mato Grosso e parlamentares estaduais e federais em sua folha de pagamento. Era considerado intocável e muita gente graúda beijava sua mão.  Junto com Ivo Noal, Carlos Cachoeira e os bicheiros do Rio de Janeiro, formava a base do crime organizado no País.

E a prisão de João Arcanjo projetou Taques, que resolveu se aventurar na política porque avaliou como estagnado o processo de renovação na política mato-grossense e porque "já tinha cumprido seu papel como procurador da República e defensor da Constituição Federal e do povo". "Se eu perder a eleição, vou advogar", disse à epoca, em entrevista ao Olhar Direto, de forma despretenciosa.

E encontrou em Mauro Mendes seu parceiro ideal para ser a opção do eleitor de Mato Grosso para a renovação dos quadros políticos. Ao contrário de Taques, Mauro Mendes perdeu a eleição de 2010 para Silval Barbosa (PMDB), de quem ambos foram ácidos críticos.

Agora, dois anos após sua eleição, do senador pedetista é cobrada a recíprocidade por parte do socialista. Mendes quer, mais do que nunca, a "compreensão" de José Pedro desde que abriu conversações com líderes republicanos e peemedebistas. Fiador e um dos principais colaboradores de Taques em 2010, Mauro Mendes agora quer apoio incondicional, pois acredita que sua candidatura se consolida com o apoio do PMDB e do PR, embora o desgaste já seja visível.
 Fonte: Olhar Direto

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