Da Redação
“Deu vontade de matar”.
Essas foram as palavras de
Weber Melquis Venande de Oliveira,
22 anos, réu confesso do
assassinato de Katsue Estefane
dos Santos Vieira, 25 anos,
durante seu depoimento em
audiência de instrução de julgamento,
realizada ontem (26) no
Fórum de Cuiabá.
O acusado disse que não
sabe o motivo que o levou a
cometer o crime, mas que só lembrava de ter pegado uma faca
e desferido alguns golpes contra
a jovem.
Segundo o promotor de Justiça,
Antônio Sérgio Piedade,
ficou claro que a estratégia da
defesa de Weber será tentar
provar que o réu tem insanidade
mental. Com isso, ele se tornaria
imputável e não poderia ser
submetido a júri popular. Segundo
o promotor, somente o laudo
psiquiátrico poderá comprovar
se o acusado tem ou não problemas
mentais. “Aparentemente
ele parece ser muito lúcido”,
disse.
A juíza, Maria Aparecida
Ferreira Fago, é quem deverá
solicitar o exame de sanidade
mental, a ser feito por um profissional
psiquiátrico
.
O crime aconteceu no dia 2
de fevereiro, quando a jovem foi
esfaqueada com três golpes no
pescoço e teve seu corpo jogado
dentro do forno da pizzaria de
propriedade do pai de Weber
Melquis. Restaram apenas as
cinzas do corpo e parte do crânio
da garota.
Em seu depoimento, Weber
Melquis disse que é usuário
de drogas e desde os 16 anos
de idade usa cocaína. Na noite
do crime, ele saiu da pizzaria
e foi se encontrar com alguns
amigos para se drogar. Depois
de passar por vários bares, decidiu
parar em uma boate próxima
à Rodoviária de Cuiabá, onde se
encontrou com Katsue Estefane
e outros amigos dela.
Segundo o acusado, as garotas
da boate começaram a discutir
e ele resolveu sair para
comprar mais cerveja. Voltou
logo depois, mas resolveu sair
novamente para comprar drogas.
Nesse momento, conforme o
réu, Katsue Estefane se ofereceu
para ir com ele. Os dois
passariam na pizzaria para pegar
dinheiro para comprar a droga.
Eles entraram e ele resolveu usar
cocaína, ela ficou só olhando.
Ele disse que conheceu a
vítima naquele dia.
Segundo ele, depois de esfaqueá-
la, achou que estivesse
morta e por isso jogou seu corpo
no forno. Depois ele colocou
lenha no forno, jogou água no
chão e foi embora. “Fiquei apavorado
com o que fiz, saí de
lá igual louco e fui embora.
Cheguei em casa, tomei banho
e fui dormir”.
Restos mortais
A mãe de Katsue Estefane dos Santos ,
Maria Eunice Pereira dos
Santos, disse que o corpo da
filha continua no Instituto
Médico Legal (IML) e que
ela ainda não conseguiu a
expedição da certidão de
óbito para liberação dos
restos mortais e fazer o funeral
da filha. O alvará para
liberação só foi emitido
ontem (26) após a confecção
dos laudos periciais, que
comprovaram ser da vítima a
ossada encontrada no forno.
Com esse documento, a mãe
deve entrar ainda com pedido
na Defensoria Pública para
liberar o atestado.
A mãe diz que está passando
por momento muito
difícil financeiramente e que
não tem condições de pagar
o funeral da filha. “Minha
vida acabou. Ela era minha
única filha mulher. Não consigo
entender por que ele fez
isso com ela, que era uma
pessoa alegre e gostava de
viver”, acrescentando que a
Katsue trabalhava para sustentar
a filha de 5 anos, que
hoje está morando com ela.
Ela diz que não acredita
na hipótese de insanidade
do acusado e que o réu só
matou sua filha porque ela
se recusou a fazer alguma
coisa que ele queria. “Ele
sabia muito bem o que estava
fazendo naquele dia e agora
vem querer dar um de louco”.
Segundo a mãe, uma
amiga de sua filha, que estava
com ela na boate no dia
do assassinato, contou que o
rapaz chegou ao local e pediu
para chamar Katsue. “Foi ele
quem pediu para sair com
minha filha”
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