sexta-feira, 4 de junho de 2010

Censurada, Serys fica de fora do programa de TV do PT

A senadora Serys Slhessarenko não vai participar das inserções de propaganda partidária em Mato Grosso reservada ao PT. Motivo: censura. A comissão designada pelo presidente da sigla, Carlos Abicalil, não concordou com os termos usados pela senadora e decidiu por realizar cortes – com o que a senadora não concordou. Ela ingressou com mandado de segurança na Justiça e obteve liminar que impede que o PT use suas imagens. As inserções começam a ser veiculadas nas emissoras de televisão a partir do dia 9.

Serys gravou duas mensagens para serem veículadas, uma ao lado de várias mulheres, em que elas falam sobre ética, honestidade e discriminação. Na outra, a senadora é apresentada por seu trabalho como primeira mulher de Mato Grosso a conquistar elevado grau no Parlamento brasileiro e de suas condecorações, finalizando com o apelo a resistência e a luta contra o poder pelo poder.

“Se eu falei alguma coisa que coube na cabeça de alguém do PT, é lamentável porque ficou comprovado que falei apenas a verdade” – disse a senadora, antes de embarcar para a Europa, onde representa o Brasil em reunião sobre o meio ambiente.



Em sua decisão, o juiz Pedro Sakamoto, negou o pedido da defesa da senadora para que se promovesse busca e apreensão de todas as imagens gravadas pela senadora. O pedido já havia sido feito extrajudicialmente a produtora MTO, que se recusou a fazer a entrega e informou que todas as imagens havia sido entregues ao PT.

A censura é, em verdade, apenas mais um capítulo da longa disputa que está sendo travada dentro do Partido dos Trabalhadores em Mato Grosso desde fevereiro, quando Carlos Abicalil anunciou desejo de ser candidato ao Senado Federal e obrigou o partido a realização de uma prévia, em abril. Insatisfeita com o que chamou de traição, Serys fez duros ataques contra Abicalil e seu grupo. O dirigente do PT venceu a disputa com uma margem pequena de votos, especialmente em cidades de baixa densidade eleitoral.

Apesar da vitória, os problemas se multiplicaram dentro do partido. A começar pelas denuncias de uso da máquina, apresentada pela senadora, especialmente da Secretaria de Estado de Educação, comandada por Saguas Moraes, deputado estadual e um dos integrantes do grupo de Abicalil; do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e também da Fundação Nacional de Saúde (Funasa).
Serys também denunciou um esquema de fraude, baseado numa gravação de um dirigente evangélico do PT, José Vicente, de Alto Paraguai, em que ele conta, sem saber que estava sendo gravado, como Abicalil conseguiu 44 votos a mais na disputa. O caso foi levado a Justiça Eleitoral, que pediu que a denuncia fosse julgada pela Justiça Comum. Serys anunciou que entrará com recurso ao Tribunal Superior Eleitoral.

 fonte: 24 Horas News

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