quinta-feira, 3 de junho de 2010

CONTRA A CORRUPÇÃO - Manifestação da ong Moral e MCCE, com apoio de servidores do Judiciário, exigindo moralização do TRE-MT, ganha destaque no Jornal Nacional

OLHAR DIRETO: Stábile adquire imóveis e juiz Eduardo Jacob paga parcelas, diz corretora
por Alline Marques

Se a situação jurídica do desembargador Evandro Stábile, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), era delicada, a partir de agora o quadro passa a ser ainda mais agudo, diante de transações imobiliárias suspeitas envolvendo juiz Eduardo Jacob, que também compõe o pleno do TRE-MT.

A corretora de imóveis Ingried Mees revelou, em depoimento à Polícia Federal, que o desembargador Evandro Stábile adquiriu três apartamentos de R$ 490 mil cada um, totalizando R$ 1,470 milhão. Conforme o Olhar Direto apurou, todas as parcelas foram pagas em dinheiro, sendo que as últimas prestações teriam sido quitadas diretamente pelo juiz Eduardo Jacob.
Ingried trabalha na Imobiliária e Construtora Giorgia Mirela Ltda (GMS) desde 1979 e em depoimento dado à Polícia Federal no dia 25 de maio, no inquérito referente à investigação de venda de sentença no Poder Judiciário mato-grossense, apresentou cópias dos contratos firmados com Evandro Stábile para aquisição dos apartamentos 1001, 1101 e 1201 do Edifício Maison Gabriela em 2009. O prédio está em construção na Avenida Antartica, bairro Santa Rosa, em Cuiabá.

As unidades 1101 e 1201 foram pagas com uma entrada de R$ 190 mil e mais três parcelas de R$ 100 mil por apartamento. De acordo com depoimento de Ingried, Stábile pagou as duas parcelas de entrada no dia 15 de abril de 2009 em dinheiro, totalizando R$ 380 mil. O desembargador levou ainda R$ 370 mil, restando um saldo de R$ 10 mil, a ser pago no parcelamento do apartamento 1001.

Segundo a corretora informou à PF, as demais parcelas dos dois primeiros apartamentos foram pagas também em dinheiro nos meses de agosto, setembro e outubro de 2009. Stábile pagou em cada uma das prestações R$ 200 mil.

Já para quitar a unidade 1001, também no valor R$ 490 mil, o contrato foi firmado em 10 parcelas de R$ 50 mil, em função do débito de R$ 10 mil dos outros apartamentos, e que deveriam ser quitadas mensalmente a partir de agosto de 2009.
Ingried Mees declarou, no depoimento, que as parcelas de R$ 50 mil "foram e têm sido" honradas através de Eduardo Henrique Migueis Jacob, em dinheiro, conforme a planilha apresentada pela corretora à Polícia Federal.


Ainda de acordo com a corretora algumas prestações foram pagas em atraso e pelo que lembra ainda faltam duas a serem quitadas. O último pagamento da unidade 1001 fora feito em 12 de maio de 2010 também por Jacob. Ingried informou não saber os motivos pelos quais Eduardo Jacob levava o dinheiro para quitar o apartamento adquirido por Evandro Stábile.

Desde 2006, iniciou-se a investigação sobre venda de sentença em Mato Grosso. O caso tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e é investigado pela Polícia Federal. Interceptações telefônicas entre advogados e intermediadores de magistrados demonstram detalhes do esquema. No dia 18, foi deflagrada a Operação Asafe que resultou na prisão de advogados e empresários.

O site Olhar Direto tentou falar com o juiz Eduardo Jacob pelo celular por três vezes, mas o telefone estava desligado. Em seguida, também tentou entrar em contato com o desembargador Evandro Stábile pelo celular mas a ligação caiu na caixa de mensagem. Até o momento da publicação da reportagem não houve retorno dos magistrados.

FONTE OLHAR DIRETO

Nenhum comentário:

Postar um comentário