quarta-feira, 16 de junho de 2010

Militantes petistas condenam assinatura de Abicalil em representação contra Julier e Mário Lúcio Avelar

Militantes petistas condenam assinatura de Abicalil em representação contra Julier e Mário Lúcio Avelar e exigem “que se afaste daqueles que estão sendo processados por improbidade administrativa, prevaricação e utilização de prestígio e privilégios” 16/06/2010 - 06:47:00

Um grupo de militantes do Partido dos Trabalhadores está divulgando, em Cuiabá, o seguinte comunicado:
CARTA ABERTA DO PT-MT

O Partido dos Trabalhadores nasceu a 10 de fevereiro de 1980 com prioridades bem definidas: investimento nas áreas sociais, no combate à corrupção, na participação popular, na ética na política, no combate à pobreza e na luta constante para instaurar a justiça neste país. Ideais que coincidem com sua identidade. O Preâmbulo do Código de Ética do Partido institui: “No Partido dos Trabalhadores ninguém poderá estar acima das exigências éticas e das decisões democraticamente aprovadas pelas instâncias partidárias”. No Art. 3º, destacamos o inciso IV – que exige “o respeito à moralidade administrativa, à coisa pública e a transparência na gestão dos recursos públicos de qualquer natureza”; o inciso V – “a supremacia dos interesses partidários sobre os interesses particulares, de tendências partidárias, de correntes ou grupos internos”; inciso VII – “a fidelidade aos princípios programáticos, à ética e às decisões partidárias, no exercício do mandato eletivo, de cargo ou função de confiança”; inciso XIV – “ a defesa e o respeito à imagem do Partido, de todos os seus filiados, dirigentes e portadores de mandato, ressalvado o direito de divergências de idéias e a liberdade de expressão de posições políticas”.

Considerando essas normas, repudiamos a atitude do Deputado Federal Carlos Abicalil (foto) , que decidiu assinar uma representação contra o juiz da 1ª Vara Federal, Julier Sebastião da Silva, e o procurador da República Mário Lúcio Avelar. Por ser parlamentar do PT e seu Presidente Regional não poderia, em hipótese alguma, tomar uma atitude de conseqüências públicas tão graves sem consulta às instâncias do partido, em matéria que gera descrédito na defesa intransigente da apuração que era realizada. Deveria, no mínimo, convocar uma reunião extraordinária da Executiva Regional para uma decisão ampla em nível de Estado. Não foi somente o partido que ficou impactado, mas a sociedade e a imprensa, de que seu nome figurasse na respectiva representação. Este gesto feriu a cultura interna e identidade petista. Haverá limites para representantes maiores dentro das instituições, quando realizam atuação pública enquanto pessoa, pois dificilmente, será desligada da imagem pública do Partido. Seu cargo máximo na direção regional, como presidente, implica zelar acima de tudo na preservação da imagem do PT, que constrói com dificuldades, dia a dia, a ética e a moralidade na política; e por isso mesmo, incentiva apurações em instâncias competentes, com o acompanhamento devido, da sociedade para que, informada, possa se manifestar. Isso, favorece o sustento da base, seus filiados e filiadas e a estrutura orgânica do Partido, que seus parlamentares devem representar. Sua conduta, sem consulta ampla à executiva do partido e às bases, em matéria polêmica; e seu nome apoiando a representação que viria cercear o rigor das investigações em curso, nas quais figuram várias pessoas de conhecimento público atuando sós ou em grupo contra interesses da transparência e democracia, está na contramão da história do Partido que prevê todas as prerrogativas para que a democracia se instaure, sem que quadros públicos falem isolados e em conflito com as pautas do partido, ação que contradiz o Código de Ética. Precisamos sempre defender o Partido em nome da ética e dos princípios e garantir em matérias desta natureza, a organicidade, a informação dialogada e a ação de parlamentares que mantenham uma lógica de fortalecer a coragem da justiça, e não o seu silenciamento e daqueles que atuando na justiça, se afinam com o ponto de vista popular do que é justo e injusto. O Deputado deveria ter se isentado, e até, se em discordância, poderia explicitar publicamente suas restrições à forma e aos métodos empregados mas não poderia jamais obliterar o raro rigor com que a justiça tem promovido até o fim investigações que ninguém acreditava possível e que se julgava que “terminariam em pizza”. Deveria ficar isento em uma representação que poderá contribuir com interesses espúrios e novos privilégios de várias pessoas que tem a marca da FICHA SUJA neste Estado. Cobramos de Abicalil uma explicação para tal conduta, exigimos a retirada de sua assinatura do documento de representação e que se afaste daqueles que estão sendo processados por improbidade administrativa, prevaricação e utilização de prestígio e privilégios. As acusações precisam ser elucidadas, sim. Questões de justiça devem ser resolvidas na justiça e apenas com o aval do Partido. A justificativa pública do deputado não convence e desrespeita o bom senso da cidadania. O PT quer ser um aliado na promoção das investigações e um instrumento popular para fazer justiça. O PT nasceu lutando pela democracia, e, ao longo de sua história, foi ampliando e criando novos mecanismos de participação, tendo hoje o poder da Presidência da República nas mãos de um trabalhador. É neste PT que nós acreditamos e queremos resgatar sua credibilidade com a plena participação decisória e a co-responsabilidade das bases com os destinos deste mesmo Partido, fazendo junto com o povo a história deste país.
Cuiabá, junho de 2010.

Vicente Ávila, Luiz Augusto Passos, Enelinda Scala, Silvia de Castro Melo, Carlos Alberto Saldanha, Lúdio Cabral, Vera Araújo, Zelandes Santiago dos Santos, Dalete Soares de Souza, Donizete Silva, Alexandra de Moura Nogueira, Vilson Aguiar, Cleofa Marlisa Flach, Urbano Reis (Índio), Maristela Vitor de Matos, Gilney Amorim Viana, Marco Antonio Veiga, Itamar Camaragibe, Luiz Antonio Settineri (Saroba), José Geraldo Gonçalves dos Reis, Sérgio Scala, Jozilda Eva Campos, Edna Fernandes Passos, Diana Pereira dos Santos, José Mário Nunes, Fátima Dragoni.
fonte: Página do E

Um comentário:

  1. Essa carta aberta diz tudo...o nobre deputado foi totalmente contra os pricipios básicos do partido... ele perdeu meu voto...temos que separar o joio do trigo...arrependo de ter votado nele...

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