domingo, 15 de julho de 2012

Em protesto a homofobia sofrida por jovens, estudantes fazem Beijaço

Da Redação - Victor CabralFoto: Reprodução / Ilustração
Em protesto a homofobia sofrida por jovens, estudantes fazem Beijaço
 Um “Beijaço” com gays e heterossexuais acontece neste domingo (15) na Avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá. O evento é um protesto contra um caso de homofobia ocorrido em um bar localizado no bairro Jardim Petrópolis.

A ideia do Beijaço surgiu após quatro jovens gays serem vítimas de preconceito enquanto estavam em um bar, no início deste mês. O evento é organizado por representantes do grupo Coletivo da Diversidade da UFMT e a concentração da manifestação será no estacionamento de uma loja de eletrodomésticos na Avenida Fernando Corrêa, às 17 horas de domingo (15).

De acordo com uma das organizadoras, Ligia Bezerra, ela e mais três meninas estavam no estabelecimento comercial quando uma mulher, que aparentava ser a dona ou gerente do bar, pediu para que as jovens se afastassem.

“Ela disse que a gente deveria se afastar, pois ela não queria ver gestos de carinho homoafetivo no estabelecimento. Segundo a mesma, o ambiente é familiar, os clientes do estabelecimento poderiam se sentir incomodados com a presença de casais homossexuais”, relatou uma das vítimas do preconceito.

Ainda segundo Lígia Bezerra, as jovens se sentiram ofendidas com o pedido e decidiram deixar o local. Ela diz que não aconteceu a demonstração de carinho, conforme a proprietária ou gerente alegou. “Ela começou a caluniar dizendo que nós estávamos no agarrando no local. Ela ainda gritou com a gente e jogou o troco em uma das meninas”.

Com a ação, as quatro jovens decidiram unir forças com grupos da comunidade LGBTT e de heterossexuais. “Esse Ato vem como resposta a agressão verbal e psicológica que as vitimas sofreram ao serem confrontadas ao conceito de família”, explicou uma das organizadoras do Beijaço.

Segundo a organização do manifesto, não é a primeira vez que o estabelecimento discrimina pessoas homossexuais. “O movimento criou força com a revolta dos próprios clientes que se sentiram ultrajados com o tratamento homofóbico”, ressalta Lígia.

A convocação para o Beijaço começou no Facebook. Até o fechamento desta reportagem 2.298 pessoas foram convidadas. “Estamos cientes que em Cuiabá o tratamento homofóbico nos estabelecimentos comercias é comum. Esse ato vem como uma demonstração prática e pacifica de que estamos exaustas do mesmo”, disse Lígia Bezerra.

Projeto de Lei que criminaliza a homofobia

O Senado Federal recebeu na última segunda-feira (09) o anteprojeto 236/2012 que foi elaborado durante sete meses por uma Comissão Especial de Juristas. O texto propõe a alteração da chamada “Lei do Racismo” para também criminalizar ações de preconceito por causa de orientação sexual, gênero, cor e procedência regional ou nacional.

O anteprojeto do Código Penal só chega ao Plenário após uma comissão de 11 senadores discutir e apontar possíveis mudanças. Depois ele segue para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Caso seja aprovado, participa de votação na Câmara dos Deputados e, enfim, recebe a sanção da Presidência.

O projeto de lei 236/2012 tem justificativa assinada por José Sarney, presidente do Senado Federal. “Espero que a nova legislação possa se converter num poderoso instrumento para combater a criminalidade e melhorar a segurança pública”, declarou.

Cresce número de mortes no Brasil por conta da homofobia

O número de assassinatos motivados por homofobia no Brasil cresceu 28 % no primeiro semestre deste ano quando comparado ao mesmo período do ano passado. A má notícia é do Grupo Gay da Bahia (GGB), que divulgou o levantamento. De acordo com a entidade, 165 LGBTs foram mortos por causa da condição sexual nos últimos seis meses.

Com 19 casos, São Paulo é o Estado com o maior número de mortes por homofobia. Paraíba com 15, Bahia com 17, Paraná e Piauí com 10 e Rio de Janeiro com 9 seguem na lista do triste levantamento do GGB.

Ainda conforme os indicies, travestis e transexuais são o grupo mais vulnerável. “O risco de os travestis serem assassinadas é 15 vezes maior do que os gays”, diz o texto assinado por Luiz Mott, fundador do GGB e coordenador da pesquisa.
 Fonte: Olhar Direto

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