quarta-feira, 4 de julho de 2012

Paulo Teixeira: “A organização criminosa do Cachoeira continua muito viva, apesar dele pres

Conceição Lemes, Vi o Mundo
“Nesta quinta-feira 5, haverá reunião administrativa da CPI do Cachoeira para decidir as próximas oitivas e quebras de sigilo. Entre os requerimentos a serem votados, estão as convocações de:

Fernando Cavendish, ex-presidente da  Delta Construções. Há suspeitas de que a Delta, durante a sua presidência, teria vínculos com o esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Luiz Antonio Pagot, ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) do Ministério dos TransportesEle relatou a influência do bicheiro na sua demissão do Dnit.

Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa. São Paulo fez contratos de quase um bilhão com a Delta; R$ 178, 5 milhões, celebrados nas gestões Alckmin (2002 a março de 2006 e de janeiro de 2011 em diante) e R$ 764,8 milhões no governo Serra (janeiro de 2007 a abril de 2010). Paulo Preto assinou o maior deles. A Dersa contratou em 2009 a Delta para executar a ampliação da marginal do Tietê por R$ 415.078.940,59 (valores corrigidos). Pela Delta, assinou Heraldo Puccini Netoque teve a prisão preventiva decretada em abril e continua foragido.

Adir Assad, empresário de São Paulo que atua nos segmentos de construção civil e eventos. Suas empresas, entre as quais a SM Terraplenagem, receberam cerca de R$ 50 milhões da Delta.

Raul Filho, prefeito de Palmas, Raul Filho (PT-TO). Apareceu em vídeo divulgado no último domingo, negociando doações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

“Cavendish, Pagot, Paulo Preto, Raul Filho e Adir Assad estão entre os nomes que serão apreciados no dia 5”, informa ao Viomundo o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), vice-presidente da CPI do Cachoeira. “Mas não dá para adiantar quem será e quem não será chamado já. O que eu posso garantir é que todos os nomes relacionados com a organização criminosa do senhor Carlinhos Cachoeira serão investigados. A CPI não vai blindar quem quer que seja.”

“O saldo da CPI na última semana foi muito positivo”, prossegue. “A casa do Marconi Perillo caiu. Além disso, tivemos demonstrações de que essa organização criminosa continua muito ativa e articulada, apesar do Cachoeira preso.”

Viomundo – Mas a CPI suspendeu algumas convocações e nessa terça-feira nenhuma das quatro pessoas convocadas para depor compareceu. 

Paulo Teixeira – Quanto à suspensão de alguns requerimentos, nós decidimos por isso até que tivéssemos acesso à quebra do sigilo bancário, já que CPI tem mais condições de fazê-lo do que a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF). Essas informações começam a chegar e vão nos permitir avançar em todo o braço dessa organização criminosa.
Quanto ao não comparecimento de algumas testemunhas, isso acontece em qualquer CPI. Mas as quatro serão reconvocadas. A saber: Rosely Pantoja da Silva, sócia da Alberto & Pantoja, empresa fantasma de Cachoeira; Edivaldo Cardoso, ex-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Goiás; o policial aposentado Joaquim Gomes Thomé Neto, acusado de ser um dos espiões do bicheiro; e Ana Lorenzo, dona da Serpes Pesquisa de Opinião e Mercado, contratada para a campanha do governador goiano, Marconi Perillo (PSDB), em 2010 e que, segundo a Polícia Federal, recebeu cheques do esquema de Cachoeira.

Viomundo – A mídia tem feito avaliações negativas dos trabalhos da CPI. Como analisa o papel dela até o momento?

Paulo Teixeira — A CPI surgiu de uma investigação da Polícia Federal com o acompanhamento do Ministério Público Federal que resultou numa decisão judicial que levou à prisão os principais líderes de uma organização criminosa bem organizada, com raízes muito profundas, e que operava a partir do estado de Goiás.

A CPI está complementando esse trabalho que, aliás, foi muito bem feito. A CPI está dissecando todo o fluxo de recursos da organização criminosa: quais empresas alimentavam-na e quais ela alimentava. Ou seja, origens, destinos, valores…

A CPI tem agora uma equipe grande de técnicos do Banco Central, Controladoria Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União, Polícia Federal, Senado, que está analisando os dados. São técnicos fazendo uma análise financeiro-contábil da circulação do dinheiro. Nós queremos ter um diagnóstico rápido da organização e provas consistentes para levar a julgamento célere as pessoas envolvidas.”
Entrevista Completa, ::AQUI::

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