23/05/2010 - 13:02
Da Redação - Julia Munhoz
Janete Riva, esposa do presidente da Assembléia Legislativa do Estado, José Riva (PP) presa durante a Operação Jurupari, além de ser acusada de ter causado um dano ambiental avaliado em R$ 38.193.223,26 (trinta e oito milhões, cento e noventa e três mil, duzentos e vinte e três reais e vinte e seis centavos) foi citada por ter recebido em sua conta bancária valores que seriam resultados de desvios da AL.
No despacho do juiz da 1º Vara Federal, Julier Sebastião da Silva, há o registro de que Janete recebeu em sua conta aproximadamente R$ 77 mil reais. “Também não custa registrar que a Suplicada, esposa do Deputado Estadual José Geraldo Riva, recebeu em depósito em sua conta bancária valores desviados da Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso (R$ 77.164,14)”, conforme trecho do despacho.
No documento ainda é ressaltado que o depósito foi realizado mediante operações financeiras realizadas com factorings de João Arcanjo Ribeiro, citado ainda como líder do crime organizado no Estado.
Conforme a ação Janete é proprietária e detentora dos Planos de Manejo florestais Sustentáveis da Fazenda Paineiras, localizada próximo as reservas indígenas Kayabi e Erikpats e assentamento do Incra, próximo à Juara. Foram constatadas irregularidades envolvendo a emissão do licenciamento ambiental e autorizações para exploração ambiental.
Operação Jurupari
A Operação Jurupari foi deflagrada na manhã desta sexta-feira (21) pela Polícia Federal para reprimir crimes ambientais, como extração, transporte e comércio ilegal de produtos da Amazônia. Estão sendo cumpridos 91 mandados de busca e apreensão e 91 mandados de prisão preventiva em diversos municípios de Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Rio Grande Sul e Espírito Santo, expedidos pelo juiz federal da Primeira Vara de Mato Grosso, Julier Sebastião da Silva.
Dentre as principais irregularidades constatadas estão fraudes na concessão de licenciamentos e autorização de desmatamentos, até mesmo no interior de áreas protegidas, como Terras Indígenas.
As investigações começaram há dois anos e PF apurou irregularidades praticadas em pelo menos 68 empreendimentos e propriedades rurais. Foram presos madeireiros, proprietários rurais, engenheiros florestais, servidores públicos da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema) e da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
Também foi decretado seqüestro e indisponibilidade dos bens de todos os envolvidos, bem como o afastamento preventivo de todos os servidores indiciados. A medida se fundamentou na prova pericial produzida, que comprova, além de diversos dos envolvidos possuírem movimentações financeiras incompatíveis com seus rendimentos declarados à Receita Federal.
O valor mínimo dos danos ambientais causados pelos investigados, nestes últimos anos, somado, é de aproximadamente R$ 900 milhões
Fonte: Olhar Direto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário