terça-feira, 25 de maio de 2010

Juiz manda prender mais 18 e nega “grampo” em autoridades

O juiz Julier Sebastião da Silva, da 1ª Vara Federal, expediu nesta segunda-feira 18 novos mandados de prisão para serem cumpridos pela Polícia Federal contra pessoas investigadas no esquema de fraudes na concessão de licenciamentos e autorização de desmatamentos, até mesmo no interior de áreas protegidas, como Terras Indígenas; disponibilidade de créditos florestais fictícios, e ainda transporte, processamento e comercialização de produtos florestais pelas serrarias e madeireiras. Os pedidos de prisão foram solicitados pelo Ministério Público Federal, mas, por erro material, acabaram não constando as respectivas ordens de prisão.

Entre os nomes está o de Antônio Carlos Azóia, genro do deputado José Riva (PP), presidente da Assembléia Legislativa, que havia sido preso na sexta-feira, sem um mandado de prisão específico. Ele chegou a ser libertado ainda na noite de segunda-feira, mas agora terá que retornar a prisão. O mesmo procedimento foi atribuído à prisão de Benedito Rosemil da Silva.

Tiveram ordem de prisão decretada pelo juiz federal: Wilson Antônio Rosseto, Ricardo Mastrangelli, Hildebrando José Pais dos Santos, Adenir Rodrigues Augusto, José Alberto Liso, Marcelo de Mendonça Garcia, Marcos Bezerra de Araújo, Mauro Aparecido Puglieri, Roberto Prado de Alencar, Ruth Prazeres da Silva, Vivaldo Vieira Cintra Neto, Alcides João Rochembach, José Vital Lembrance, José Paulo Leite de Abreu, Jandir João Bernadon e Thiago Egydio Erreiras Lopes.

Outro nome que havia ficado de fora e que teve prisão decretada nesta segunda-feira pelo magistrado federal foi o empresário Marcos Zanchet.

Em entrevista nesta segunda-feira à TV Centro América, Julier Sebastião da Silva garantiu que autoridades não foram grampeadas durante a Operação, rebatendo o argumento de advogados de defesa sobre o foro privilegiado de alguns suspeitos e da incompetência da Justiça Federal em decretar as prisões. "Não foi grampeada nenhuma autoridade com direito a foro por prerrogativa. O que parece que aconteceu é que autoridades com foro privilegiado acabaram ligando para investigados submetidos à interceptação telefônica" – disse.

Um dos trechos apresentados na peça que deu origem à decretação das prisões aparecem gravações como a do ex-governador Blairo Maggi e do deputado federal Eliene Lima. Outro que aparece “grampeado” foi o próprio deputado Riva.


As fraudes ambientais detectadas pela Polícia Federal e Ministério Público Federal causaram um prejuízo médio de R$ 1,5 mil por dia. "Pela primeira uma investigação policial conseguiu identificar, do ponto de vista financeiro, o prejuízo estimado entre R$ 900 milhões e R$ 1 bilhão. O crime estava gerando, mais ou menos, em torno de R$ 1.500 por dia de prejuízo ao erário público e ao meio ambiente", disse o magistrado. Ele observou que havia fundamentos com base em provas da Polícia Federal e Ministério Público Federal para acatar todos os pedidos de prisão, à exceção de uma mulher investigada. "Os pedidos foram acolhidos com base nas provas produzidas pelas investigações ao longo de dois anos pela Polícia Federal".


  fonte:Redação 24 Horas News

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