sábado, 15 de maio de 2010

INVESTIGAÇÃO; 13 anos depois, Pivetta sofre com Cooperlucas e recua da candidatura



Deputado Otaviano Pivetta, presidente do PDT, não concorre à reeleição devido ao fantasma do caso Coorperlucas

O fantasma do caso Cooperlucas tirou tanto o sono do ex-prefeito de Lucas do Rio Verde, empresário e deputado estadual Otaviano Pivetta (PDT), que ele resolveu abandonar a vida pública. Não será mais candidato nas eleições deste ano. Chegou a cogitado para o Senado e ainda continua sendo mencionado como opção do PDT também para deputado federal. Mesmo assim, o parlamentar já avisou que não quer mais saber de cargo eletivo. O intrigrante é que o calote superior a R$ 200 milhões aplicado pela Cooperativa Agrícola de Lucas do Rio Verde (Cooperlucas) junto ao Banco do Brasil nas operações de Empréstimo (EGF) e de Aquisição (AGF) do governo federal aconteceu há 13 anos e até hoje Pivetta, que era prefeito na época, sequer foi notificado pela Justiça. Mesmo assim, a vinculação do seu nome ao escândalo é tão forte que o deixa incomodado.

Pivetta alega ser vítima de campanha difamatória. Argumenta que acabou sendo acusado de envolvimento em fraudes simplesmente porque, na condição de prefeito, intercedeu junto aos agricultores quando descobriu que Pedro Pereira e Paulo Bezerra, irmão do deputado Carlos Bezerra (PMDB), com pretexto de atuar como consultores e de recuperar a saúde financeira da cooperativa, passou a usar a Cooperlucas com interesses escusos. Foi Pedro Pereira, que acabou virando réu no processo, quem denunciou Pivetta. O deputado afirma que há 13 anos a sua vida é virada ao avesso. "Eu nunca fui notificado pela Justiça".

Questionado sobre o fato de, na semana passada, o juiz federal Julier Sebastião da Silva ter encaminhado o processo à Tribunal Regional Federal da 1ª Região, constando-o como um dos investigados, o ex-prefeito afirma que "nunca houve denúncia formal". Ele apresentou certidão emitida pela Justiça Federal em Mato Grosso, na qual constam duas ações, mas que já foram julgadas improcedentes e não se tratam-se de processos relacionados ao caso Cooperlucas, mas sim de suposto ato de improbidade enquanto prefeito. "Eu desconheço qualquer outra ação na Justiça Federal contra mim".

Pivetta afirma que não foi diretor da Cooperlucas e nem associado, embora inquéritos apontam que grãos depositados na Cooperlucas migraram para a Cooperativa Agropecuária e Industrial Luverdense (Coagril), que era controlada pelo ex-prefeito. Fraudes em AGF e EGF, operações mata-mata (emissão de um título para pagamento de outro), estoques frios e migração dos grãos quebraram a Cooperlucas e deixaram o BB no prejuízo.

Revoltado com a vinculação do seu nome com a Cooperlucas, Otaviano Pivetta acaba por abandonar a carreira política. Disse que prefere cuidar do seu conglomerado de empresas na iniciativa privada. Ele começou na vida pública como prefeito, pelo extinto PFL (hoje DEM). Se elegeu com 3.105 votos em 1996. Depois garantiu a reeleição, pelo PPS, com 6.102 votos. Nas urnas de 2006, conquistou cadeira de deputado estadual. Teve passagem relâmpago pela secretaria de Desenvolvimento Rural no governo Blairo Maggi. Hoje preside o PDT estadual e se tornou um dos principais cabos eleitorais do empresário Mauro Mendes (PSB), pré-candidato a governador.
Romilson Dourado
Fernando Ordakowski.
RDNWS

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