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segunda-feira, 17 de maio de 2010
PT na Seduc, sob o cacique Abicalil, produz mais um escândalo no governo estadual
(José Marcondes, o "Muvuca" - MegaDebate) As catracas na entrada da Secretaria de Educação do Estado (Seduc/MT) não registraram, desde a semana passada, a passagem da pessoa responsável por mais de dez mil contratos temporários de serviço na pasta. A gestão petista na Seduc, sob o comando de Ságuas Moraes, absorvia, através deste funcionário 'desaparecido', nada menos que todo o quadro de funcionários dos que não são de carreira. São merendeiras, professores, educadores e uma leva de servidores remunerados pelo estado, que deveriam, em tese, cumprir uma função ou realizar determinado serviço.
Mas misteriosamente este funcionário sumiu. Desapareceu, sem nenhuma justificativa aparente ou portaria que comprovasse a vacância em seu cargo. Suas iniciais são F.D. - mas cujo o nome será omitido nesta reportagem em respeito ao suposto segredo de justiça que envolve o caso. Juntamente com ele era para 'desaparecer' o mistério que rondava estes milhares de contratos cuja suspeita de irregularidade vem desde 2007.
Porém, aquelas mesmas catracas que não registraram a presença de F.D. nos dias anteriores, deixou passar a reportagem do Mega Debate, que em posse de algumas denúncias, iniciou a investigação de uma série de irregularidades ocorridas na Seduc, entre elas, a que agora se comprova: Sob Ságuas Moraes (Secretário), Vera Araújo (adjunta de pessoas), o funcionário F.D. celebrou diversos contratos irregulares, muitos destes contratos são de funcinários fantasmas que só recebiam o salário e a grande maioria lotada em escolas desativadas.
O número de contratos irregulares e 'fantasmas' na Seduc não é preciso, mas o fato foi prontamente confirmado pelo atual secretário-adjunto, Paulo Henrique, que recebeu a reportagem e informou que o caso segue sob investigação e um alegado segredo de justiça, com direito a inquérito policial e Boletim de Ocorrência. Paulo Henrique, ou Paulinho, como é conhecido na Seduc, é funcionário de carreira, estritamente técnico, zelador incondicional dos princípios da moralidade pública e assumiu a função no lugar da professora Verinha, que deixou o cargo sob o argumento de concorrer a uma vaga na Assembleia este ano. O estranho é que Paulinho somente começou tomar providências sobre as irregularidades que vieram à tona, após o ex-secretário Ságuas Moraes deixar a secretaria, junamente com sua adjunta, Vera Araújo.
A suspeita é que o alegado segredo de justiça somente serve para esconder a participação de servidores mais graduados, e está sendo investigado na delegacia fazendária, onde se encontra o caso, bem como o Boletim de Ocorrência que foi registrado, acusando apenas F.D. de ter realizado durante mais de 3 anos, atos imorais na administração pública.
O curioso neste episódio, é que nem mesmo sindicância fora aberta para apurar até que ponto F.D. chegou e se com ele estavam envolvidos gestores mais graduados ou a própria direção da Seduc. A tentativa de proteção juntamente com o 'sumiço' do funcionário, sem sequer uma portaria justificando, soa misterioso e levanta suspeitas que não se restringem a uma meia dúzia de contratos, que foi o número apresentado pelo secretário adjunto que está à frente do caso.
Esta, portanto, é só a raiz de um problema que pode ter desdobramentos inusitados e a tal meia dúzia de contratos irregulares, apenas o fio da meada para se descobrir um rombo milionário. Até o momento, num levantamento preliminar, as investigações apontam que mais de R$ 300.000,00 foram escoados para contas de servidor o fantasmas na Seduc, e este valor se refere apenas aos processos que já vieram à luz.
O TCE e Auditoria Geral também estão dentro da Seduc, bem como a Delegacia Fazendária, e agora, a imprensa. Assim como contratos irregulares e funcionários fantasmas, que em princípio, foram comprovados pela reportagem, pode estar sendo puxado o fio da meada do maior de todos os escândalos deste governo. E não está descartado, segundo denúncias anônimas, um superfaturamento milionário na aquisição de produtos, bens e serviços, com o carimbo petista.
Fonte: APOLÌTICA
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