quinta-feira, 6 de maio de 2010

SENADO PROTESTA CONTRA EXCLUSÃO DE SERYS PELO PT



Hebert Almeida

“Todos vocês já devem saber que a partir de fevereiro do ano que vem, infelizmente, não vou poder mais estar nesta Casa. Não pela vontade do povo de Mato Grosso, não pela minha vontade, mas pela vontade e capricho de um grupo político do meu Estado, de um grupo político do meu partido, o PT”. A notícia foi dada nesta quinta-feira, da tribuna, pela senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), ao tratar do resultado das prévias realizadas pelo Partido dos Trabalhadores para escolher o candidato ao Senado. Causou perplexidade e indignação: do DEM ao PSOL, senadores protestaram contra a decisão tomada pelo partido em Mato Grosso.

“Temos que fazer um ofício, senador Suplicy, e mandar para o PT exigindo que se reveja essa situação” – disse o senador Pedro Simon (PMDB-RS), durante aparte ao discurso da senadora do PT de Mato Grosso. O senador gaúcho disse não conseguir entender a situação. “Eu não entendo isso” – repetiu diversas vezes. “Qual o motivo que o PT de Mato Grosso teria para fazer isso? Qual? Eu não consigo entender. A senhora é brilhante, tem competência e seriedade, é senadora em essência”.

O presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP), foi o primeiro a puxar os protestos. Ele disse que fazia questão de testemunhar o trabalho firme e coerente da senadora. Depois, Edson Lobão (PMDB-MA) criticou a decisão do Partido dos Trabalhadores e lamentou o fim da candidatura nata “que exisitia para evitar esse tipo de atitude política”. E arrematou: Hoje, com o exemplo da senadora Serys, observamos que foi um erro revogar, pois impedir alguém de ser candidato à própria reeleição é uma brutalidade. Geraldo Mesquita (PMDB-AC) exortou o povo de Mato Grosso “a corrigir o erro que o PT está cometendo” e disse que “ainda há tempo porque quando o povo quer, não consegue mudar”.

Também se manifestou nessa linha o senador José Nery (PSOL-PA). “Ainda há tempo do PT corrigir essa situação” – pregou, ao destacar que as portas do partido estão abertas a senadora ao destacar que o perfil de Serys está muito mais volta as lutas em favor das classes.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que já havia tratado da questão, pediu em aparte que constasse do discurso da senadora de Mato Grosso o inteiro teor do documento extraído pela bancada do PT no Senado em que manifestou apoio a indicação de Serys como senadora. “Onde a senhora estiver, tenho a absoluta certeza de que ali estará o povo bem representado” – disse, novamente emocionado.

Mais enfático, o senador Jayme Campos (DEM-MT), disse que o PT de Mato Grosso cometera o maior erro de sua história ao preterir o nome de Serys para disputar a reeleição. Ele revelou ter apoiada a então deputada estadual do PT na disputa ao Senado em 2002 e que novamente já havia firmado entendimento de que o melhor para Mato Grosso seria a recondução da senadora ao cargo pela exuberância de seu trabalho. “Mato Grosso vai pagar caro por não permitir que a senadora Serys não seja candidata à releição” – acentuou o senador de Mato Grosso, lembrando dos efeitos negativos da decisão também para a candidatura de Dilma Rousselff a presidente da República.

Outro que se manifestou de forma contuntendente foi Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR). Evocando frases do presidente Lula, o senador de Roraima disse que o PT de Mato Grosso cometeu “um gesto aloprado”. Sem saber a dinâmica empregada no processo interno do PT do Estado, Mozarildo frisou que o Partido dos Trabalhadores deu uma demonstração de que “não está preocupado com pessoas sérias e com as causas sérias”.

Fonte:24 horas news

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